A anunciada manutenção do ministro do Esporte, Orlando Silva, não é garantia de sua permanência na pasta.

Sua continuidade no governo vai depender da capacidade de Orlando estancar as denúncias e de enfrentar o bombardeio de depoimentos dos seus acusadores na Polícia Federal e na Câmara dos Deputados esta semana.

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse no domingo que a presidente Dilma Rousseff não cedeu ao “clima de histeria” instalado na mídia, mas frisou que ela aguardará os próximos dias para ver o rumo dos acontecimentos: - A presidente vai avaliar, aguardar os próximos dias.

Ela tomou uma decisão (na sexta-feira), mas não dá para dizer que temos uma posição definitiva.

Ela se recusa a entrar na onda sem fim.

A presidente quer ter o direito de fazer a avaliação com calma, atendendo aos princípios da defesa.

O governo não quis entrar no clima de histeria.

A presidente teve uma atitude de cuidado, de não se prejulgarem os fatos.

Transformar a acusação em confirmação não dá.

A presidente já disse: “Assim não dá, não vou embarcar” - disse Carvalho ao GLOBO.

Dilma deve conversar nesta segunda-feira, em Manaus, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação de Orlando, ainda na berlinda.

A oposição, por sua vez, quer a saída imediata do ministro e acusa Dilma de estar sendo leniente e comprometendo sua imagem positiva de quem quer fazer “faxina” contra a corrupção.

Por iniciativa de Dilma, Lula foi convidado para participar hoje, em Manaus, de inauguração de ponte sobre o Rio Negro.

Nos últimos dias, Lula articulou nos bastidores a campanha pela permanência de Orlando.

A assessoria de Lula confirmou que ele irá ao evento.

Segundo Carvalho, o governo adotou uma postura de serenidade.

Ele negou que haja receio diante de uma reação do PCdoB, em caso de demissão de Orlando.

Para o ministro, o partido apenas agiu de forma firme na defesa do companheiro.

Ele também rebateu argumentos de que a presidente estaria agindo de forma diferente desta vez, se comparado aos episódios de demissões de ministros do PMDB, do PT e do PR: - Não difere (a atitude dela).

Das outras vezes, ela também agiu com calma. É que as pessoas (os ministros) resistiram menos - disse Carvalho, lembrando que ministros como Wagner Rossi (Agricultura), por exemplo, tomaram a iniciativa de sair para interromper a crise e as denúncias.

No entendimento de Carvalho, o policial militar João Dias Ferreira - delator do suposto esquema de desvios no programa Segundo Tempo - vem perdendo a credibilidade.

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