Do Jornal do Commercio Mesmo ciente de que a Frente Popular se tornou um campo minado, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) decidiu endurecer o discurso.
Farto das recentes alfinetadas de integrantes do PSB, e sem dar sinais de que pretende mudar sua estratégia de fortalecimento no interior do Estado, ele falou ontem ao JC.
Assegurou estar tranquilo frente às posições que tem assumido dentro da aliança governista e foi categórico ao afirmar que não pretende se curvar às imposições do PSB, que tem demonstrado irritação com sua atuação política em Pernambuco. “Não vou pedir licença para me movimentar no meu Estado.
Não preciso pedir licença a ninguém, eu sempre fiz isso”, afirmou em evidente recado aos aliados socialistas.
As desavenças entre as duas legendas começaram no início deste ano, quando o senador orientou a bancada do PTB na Assembleia Legislativa a se posicionar contra a emenda que garantiu o quarto mandato consecutivo ao presidente da casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT).
A emenda foi um “mimo” ofertado pelo governador Eduardo Campos (PSB) ao aliado pedetista.
Em seguida, o trabalhista retomou as andanças pelo interior, quando aproveitou para incrementar os quadros do PTB até a data limite para o fim das filiações partidárias.
Em represália, assistiu a um avanço socialista em cidades como Goiana e Garanhuns.
Questionado sobre o porquê de suas movimentações incomodarem tanto os aliados, Monteiro Neto foi ainda mais incisivo: “É preciso perguntar a eles porque as minhas movimentações estão incomodando tanto!”, desafiou.
Armando Monteiro tem sido o alvo preferencial dos socialistas, que o enxergam como o principal adversário nas eleições de 2014, quando o governador não poderá mais disputar a reeleição. “Não recebi recado nenhum do governador e numa convivência como a nossa, não cabem recados.
Nós temos um canal direto, não há problema.
E posso garantir que não tenho nenhuma ansiedade em relação a 2012, muito menos a 2014”.
Para o senador, a relação com Eduardo não está difícil.
Sem citar nomes, ele avalia que políticos que atuam no entorno do governador é que estão alimentando intrigas entre os dois. “O fundamental é que não vou me deixar perturbar por essas figuras periféricas, que atuam de forma desagregadora.
Continuarei preservando a minha autonomia e a minha independência.
Vou continuar me movimentando”, avisou o trabalhista, que permanece placidamente com suas andanças e articulações pelo Estado.