Por Orlando Silva, no Portal Vermelho.org A cada manhã me pergunto: qual a nova mentira que ganhará as manchetes de hoje?
O que mais irão inventar sobre mim e minha gestão?
Qual o novo ataque ao meu partido, o PCdoB?
Há uma semana repito à exaustão o mantra-resposta fruto de minha total indignação: não houve, não há e não haverá provas sobre o que me acusam, simplesmente porque se trata de uma farsa.
Provas quem possui sou eu contra o meu agressor, João Dias, que desviou recursos públicos de um convênio assinado com o Ministério do Esporte e, como resultado, teve a prestação de contas rejeitada.
Por isso, determinei a devolução do dinheiro.
O valor pode ultrapassar R$ 5 milhões.
Eu exigi a devolução do dinheiro público!
Não agora, mas há mais de um ano, quando decidi pela instauração de Tomada de Contas Especial, respeitando os trâmites legais, com o envio do processo à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O parecer técnico que embasa nossa cobrança de devolução do dinheiro serviu de base para uma ação penal do Ministério Público Federal contra os que me acusam e que, segundo o procurador da República, agiam em quadrilha.
O Ministério do Esporte colaborou desde o início com os trabalhos da Polícia Federal e do próprio MPF para a abertura de processos contra o grupo.
Atenção!
Descobrimos um criminoso que desviou dinheiro público, acionamos todos os mecanismos legais para puni-lo, inclusive exigindo a devolução dos recursos, e como ele reage?
Me acusa!
Me ataca!
Mente!
Inventa uma história sem qualquer comprovação!
E o que é pior, todas as mentiras ganham ares de “verdade”, pela maneira como foram reproduzidas e generalizadas pelos meios de comunicação.
Desde então, uma avalanche de insinuações são publicadas dia a dia.
Dizem meus detratores: não importa processo, não importam as provas.
Há um julgamento sumário onde decretam a culpa e exigem a eliminação de um ministro.
Querem demitir um ministro no grito!
Imagine onde vamos chegar se, em cada processo administrativo em que se exija a correção do malfeito, surgir o delinquente que o praticou e acusar o gestor para intimidá-lo?
Desde a primeira hora, eu solicitei todas as medidas possíveis para apurar com urgência as mentiras publicadas contra mim e meu partido.
Requeri ao dr.
Roberto Gurgel, chefe do Ministério Público Federal, a apuração dos fatos relatados pela publicação.
Pedi a mesma apuração também ao ministro da Justiça, através da Polícia Federal.
Ofereci a abertura do meu sigilo bancário, telefônico, fiscal e de correspondência.
Outro expediente foi endereçado ao sr.
José Paulo Sepúlveda Pertence, presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, para que ali pudesse expor a minha visão acerca das denúncias.
Todas essas providências foram requisitadas por mim!
Solicitei audiências na Câmara e no Senado Federal para prestar esclarecimentos aos parlamentares.
Abri minha vida.
Insisto, eu propus todas essas medidas.
Na quinta-feira, dia 20, a AGU, a meu pedido, ofereceu queixa-crime à Justiça Federal para abertura de ação penal contra João Dias e Célio Soares Pereira, meus caluniadores.
A condenação nesse tipo de delito pode ocasionar até mesmo a prisão dos caluniadores.
Depois de um verdadeiro massacre, baseado em mentiras publicadas diariamente, cheguei a uma conclusão: não adianta explicar, afinal nossos inquisidores estão surdos.
Até na guerra há regras.
Desde 2006, dirijo com muito orgulho o Ministério do Esporte.
De lá para cá, houve importantes mudanças na política pública do esporte e lazer em nosso país.
Quando assumi a pasta, tínhamos uma missão muito importante: a realização dos Jogos Pan e Para Pan-Americanos.
Conquistamos, depois, a Copa do Mundo Fifa 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Na agenda social, o Segundo Tempo é um marco, atendendo perto de 2 milhões de crianças.
São 232 convênios em vigência, dos quais apenas 25 com ONGs.
Os 207 outros convênios são com governos estaduais, municipais e universidades federais.
Em 2011, introduzimos uma novidade, uma Chamada Pública iniciada em julho e encerrada em setembro, pela qual selecionamos os novos parceiros do programa.
E todos serão entes públicos.
Essa é uma decisão de gestão.
Erros podem ter existido.
Mas não compactuei com o malfeito, no passado, não o admito, no presente, assim como nunca o tolerarei, no futuro.
Sempre que detectado, determinarei a apuração.
No caso de ser pertinente, haverá a punição de quem quer que seja.
Sou comunista, tenho orgulho da minha tradição e da história do meu partido.
São quase 90 anos de luta a favor do povo brasileiro, em diversas frentes de batalha.
Contra nós, tentaram tudo: perseguições, tortura, prisões e assassinatos.
Mas nunca destruíram nossos sonhos nem nossos ideais.
Nesse atual embate, ao atacarem meu partido, depararam-se com uma fortaleza.
Uma organização unida, pronta para o combate.
Vou até as últimas consequências para defender a minha honra e a história do PCdoB, repudiando igualmente a tese de que o Ministério do Esporte tenha sido palco de crime que visasse benefícios escusos. É muito importante a liberdade de imprensa.
Mas essa deve ser exercida com responsabilidade, com a devida apuração dos fatos.
O que não houve nesse caso.