Por Fernando Gabeira, em seu blog Com a decisão de Dilma de manter Orlando Silva o cargo, vamos ter mais algum tempo de crise e revelações sobre a extraordinária máquina que o PC do B.
Inclusive tempo de diversão.
Esse escândaloestá ficando cheio de w.
No princípio da semana, apareceu Wacilon, da Associação dos Funcionários do Tribunal de Contas. É do partido, levou dinheiro e não prestou conta.
Agora, aparece Wadson Ribeiro, chefe de gabinete do ministro Orlando Silva e candidato derrotado pelo PC do B.
Suas entidades levaram R$9,4 milhões.
Nesse ritmo, daqui a pouco aparecem Wellingtons ,Washingtons .
Leio que Wadson inclusive é candidato a prefeito em Juiz de Fora.
Elementar, caro Wadson; não vai dar certo.
Voltando ao início do alfabeto , antes mesmo de Agnelo,destaco o Amendoin, líder comunitário no Rio,candidato derrotado pelo PC do B.
Quando o jornalista perguntou pelo dinheiro destinado à sua entidade, respondeu: se você souber me diz, porque também gostaria de saber.
Através do humor, Amendoin se aproxima da nossa situação de perplexidade: para onde foi tanto dinheiro?
O Tribunal de Contas calcula em R$49 milhões a soma dos gastos que precisam ser melhor demonstrados.
Muitos dos gastos aprovados, por outro lado, foram usados na estruturação do partido.
O relatório do Procurador Geral da República, pedindo abertura de investigação, tem 100 páginas.
Lendo a história, no Globo, de uma fábrica de artigos esportivos, em São Paulo, tenho a sensação de estar na China., sem a produtividade chinesa.
Financiada pelo governo, que através do Ministério dos Transportes já injetou R$17,3 milhões, ela produz artigos esportivos.
Não acho coisa do outro mundo injetar dinheiro em empresa de mutuários, quando os governos injetam tanto dinheiro em estruturas industriais clássicas e no sistema financeiro.
Acontece que o presidente da entidade que recebe o dinheiro, José Amorim, é do PC do B.
Sua filha, Janaina Amorim, é delegada na convenção estadual do partido.
São muitos os exemplos de uso da máquina estatal para o crescimento partidário.
Não é na coisa nova na história política brasileira..
Nessa caso específico, de um partido centralizado, a ocupação é mais racional, no sentido de obter o máximo do espaço de governo que se detém.
Duvido que tenham surgido grandes fortunas pessoais disso tudo.
Grande parte dos recursos garantem a máquina partidária e sua sobrevivência eleitoral.
O que me pareceu mais rico até agora foi o PM João Dias, dono de academias de kung-fu e com tres carros importados, na garagem.
O caso do terreno de que Orlando Silva comprou por R$370 mil me pareceu impossível de processar na cabeça: economizar toda a vida para comprar um terreno de repouso em cima de um oleoduto da Petrobrás… É muito patriotismo.
O PC do B já tem um dirigente trabalhando na direção da Agência Nacional de Petróleo.
Agora, terá outro dirigente repousando sob um oleduto da Petrobrás.
Uma das coisas que acredito na propaganda do PC do B : o partido está crescendo.
A questão é como está crescendo e o que isso representa para um já degradado processo político brasileiro.