Do Jornal do Commercio Enquanto a cisão entre eduardistas - liderados pelo PSB do governador Eduardo Campos - e correligionários do prefeito João da Costa (PT) começa a se delinear na Câmara do Recife, o chefe do Executivo da cidade diz não estar preocupado.
Para João da Costa, há pessoas “querendo criar confusão onde não tem” e que olham para a gestão municipal “querendo desarrumar”, mas ele não cita nomes.
Em sua opinião, o novo bloco paartidário formado no Legislativo por PSB, PTN e PSD, fiel ao governador, aos poucos irá integrar-se com mais harmonia ao projeto político governista.
Segundo o prefeito, discordâncias só seriam sinal de alerta se não ocorressem apenas em votações específicas. “Mesmo dentro do meu partido a gente às vezes se expressa diferente.
O que tem que se tratar aqui é do compromisso com o projeto estratégico do governo.
Não é porque em uma votação houve um encaminhamento diferente que significa que eles têm um projeto diferente para a cidade”, contemporiza.
João da Costa ressaltou ontem que a Prefeitura do Recife “nunca deixou de prestar esclarecimentos à Câmara”.
No entanto, foi a negativa da secretária municipal de Planejamento e Gestão, Eveline Labanca, e da presidente da URB, Débora Mendes, em comparecer a uma audiência pública na Câmara que levou o PSB, o PSD e o PTN a assinar requerimento para que elas prestarem esclarecimentos aos vereadores, em nova data marcada para a audiência.
Para dissipar mal-entendidos, o prefeito defende que o líder do governo, vereador Luís Eustáquio (PT), e a líder do novo bloco PSB-PSD-PTN, a socialista Marília Arraes, passem a conversar mais. “Num primeiro momento, por ser uma novidade na Câmara, o pessoal ainda está achando o melhor caminho para pactuar os acordos, e isso é papel de quem lidera o bloco, de quem lidera o governo.
A gente vai achar um caminho.” PAUTA DO POVO Focado na agenda positiva, João da Costa procura minimizar a questão, defendendo que a “pauta do povo” é tratar de obras e serviços para a cidade. “Essa é a política que interessa para o povo.
As outras fazem parte do processo político, mas muitas vezes não são do interesse de todos.” Eduardo Campos também repete o mantra a cada solenidade, como a de ontem, de entrega de conjunto habitacional na Imbiribeira, Zona Sul, onde os dois gestores estiveram juntos. “Nossa pauta real é esta, é fazer as coisas acontecerem”, disse.
Já João da Costa tem procurado estar próximo do governador em inaugurações e entrevistas coletivas para reforçar a imagem de “união” entre Estado e município.