Por José Dirceu, em seu Blog Um editorial e seis matérias, pelo menos na Folha; manchete enorme de 1ª página em O Globo e cinco páginas de matérias; isso sem falar no Estadão, com chamada de capa e pelo menos 6 matérias.

Hoje, esse é o quadro e o resumo só dos nossos maiores jornalões na continuidade da cobertura - melhor seria dizer “campanha” - sobre as denúncias feitas contra o ministro do Esporte, Orlando Silva.

A Operação Derruba Ministro está a mil.

Nossa mídia, fantasiada de objetiva e neutra, mas na prática transformada em partido político de oposição, opera no sentido de desmantelar a base (de aliados) do governo e criar um clima “de mar de lama”.

O termo era usado nos anos 50 do século passado por essa mesma imprensa e pela UDN no auge da campanha contra o presidente Getúlio Vargas que moveram - até levá-lo à morte.

Operam, agora, de novo, para criar um clima de oposição a um governo que tem aprovação recorde, já que mantém um rumo aprovado três vezes pela cidadania em eleições democráticas em 2002, 2006 e 2010. É só conferir, também, as últimas pesquisas de opinião pública.

Por elas, mais de 70% dos brasileiros aprovam o governo e apóiam a presidenta Dilma Rousseff.

Situação criada é uma violação das normas democráticas Beira a uma violação das normas de convivência democrática o uso descarado e aberto da imprensa com fins políticos, sem meios termos, por seus donos e proprietários.

O que querem é derrubar ministros, mesmo quando as acusações ou denúncias sejam infundadas.

Não estou dizendo que não se deva apurar os fatos e as providências nesse sentido já foram tomadas.

Mas, mídia, oposição e cia não aguardam a mais leve, sequer o início, de investigações ou decisões da Justiça.

São taxativos.

Fulminantes.

Não querem sequer esperar a tramitação normal de um processo dessa natureza.

Vide o título do principal editorial do Estadão hoje: “Ministro tem que sair”…..

E na Folha: “Mais um”…

Nunca vi coisa igual.

Sabem os interesses que o Minstério dos Esportes desperta hoje com suas verbas para obras da Copa e das Olimpíadas.

Sabem o caráter de quem fez as denúncias, também já mostrado à exaustão pelo ministro acusado.

Mini-gestapos promovem uma ditadura Mas, sobre isto, calam, não querem saber.

São ao mesmo tempo, acusação e autoridade judiciária.

Fazem e aceitam a denúncia, presidem o inquérito, e condenam.

São ao mesmo tempo ministério público, delegado e juiz, uma espécie de corpo de jurado sumário, que se alça acima da Justiça e da Constituição.

Uma ditadura!

Ou, pior, ovos de serpentes, filhotes de pequenas milícias e mini-gestapos que vão sendo inoculados nas redações, acima do bem e do mal.

Portam-se qual anjos vingadores, numa caricatura dos seriados norte-americanos onde se faz justiça com as próprias mãos.

DITADURA!

Isso mesmo!

Este é o nome de todas as formas não democráticas de justiça, que não respeitam o devido processo legal, o contraditório, a presunção da inocência e o princípio elementar de que o ônus da prova cabe ao acusador. É preciso dar um basta a essa escalada golpista que se assoma acima da lei e da Constituição.

Com a palavra o Judiciário e o Legislativo, como deve ser numa democracia.