Acabou ainda há pouco a sabatina do ministro do Esporte, Orlando Silva, em torno das denúncias publicadas contra ele e seu partido (PCdoB) na última edição da revista Veja, relatando que haveria um esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo.

Ele atribuiu os problemas a “Interesses feridos”.

Os parlamentares do PT e PC do B fizeram críticas à mídia, por abrirem espaço para as denúncias.

De Pernambuco, a comunista Luciana Santos também fez a defesa do ministro aliado. “Indignado, tranquillo e firme, deu um depoimento impecável aqui no Congresso.

Incontestável, camarada”, afirmou Luciana Santos.

Elias Gomes sai em defesa do amigo Orlando Silva e elogia antecipação de esclarecimentos Além de negar as acusações feitas pelo policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira, Orlando Silva o tratou como “desqualificado, criminoso, bandido”.

O ministro apresentou documento que comprovaria irregularidades cometida pelo policial militar, que estaria “com os interesses feridos” por estar sendo investigado por irregularidades identificadas na fiscalização do próprio governo. “Os convênios que orientaram toda a polêmica surgiram em 2005, o segundo em 2006.

Eu era secretário-executivo do ministério, atendi ao João Dias como dirigente de uma entidade esportiva de uma região periférica de Brasília”, declarou. “A partir de 2007, começamos a fiscalização que apontou o não cumprimento do objetivo do convênio.

Foi aberto o devido processo administrativo e ocorreram sucessivos pedidos protelatórios da prestação de contas.

Não nos restou alternativa que não fosse executar o convênio e, desde 2008, o ministério atua para receber os recursos repassados para aquelas entidades”, acrescentou.

Segundo o ministro, as acusações feitas pelo policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira fazem parte de uma “trama, de uma narrativa falsa, fundada em mentiras”.

Orlando Silva anunciou que irá “às últimas consequências” contra o policial e a revista, a fim de conseguir reparação judicial pelos “danos morais” que teria sofrido.

Em audiência pública realizada pelas comissões de Turismo e Desporto; e de Fiscalização e Controle, o ministro contou com o apoio de dezenas de deputados da base governista, que lotam o auditório. “Desde ontem tomei algumas decisões para apurar os fatos.

Pedi a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar tudo o que está registrado na revista, coloquei todos os meus sigilos à disposição, impetrei pedido no Ministério Público para abrir investigação e desnudar tudo o que está na reportagem; pedi audiência na Comissão de Ética Pública da Presidência da República”, declarou, sob aplausos de parte dos deputados.

PM diz ter provas materiais contra ministro Antes da sessão, o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), afirmou que o policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de cometer irregularidades à frente da pasta, fez há pouco um “depoimento estarrecedor”.

ACM Neto participou de uma reunião no Senado com Ferreira e outros deputados da oposição, mas não entrou em detalhes sobre as acusações contra o ministro. “Acabamos de encerrar uma audiência com o denunciante.

Eu diria que o depoimento dele é absolutamente estarrecedor, traz detalhes e informações que não constam na imprensa, demonstra a existência de provas materiais inegáveis sobre as denúncias feitas contra o ministro e todo o seu ministério.

Eu entendo que o depoimento dele tem que ser de conhecimento do Brasil, e não de propriedade apenas dos partidos de oposição”, declarou.

Nesse encontro com a oposição, o policial afirmou que está sendo degravada uma reunião ocorrida no ministério em abril de 2008 sobre a prestação de contas do programa Segundo Tempo que embasaria suas denúncias.

ACM Neto pediu a aprovação, por consenso, de um requerimento para ouvir João Dias Ferreira o mais rápido possível e o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, deputado Sérgio Brito (PSC-BA), anunciou que colocará o requerimento em votação na reunião ordinária de amanhã.

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), fez declarações semelhantes às de ACM Neto e anunciou que João Dias Ferreira se dispôs a comparecer à Câmara amanhã para prestar seu depoimento se forem cumpridos os ritos regimentais.

Nogueira chegou a afirmar que o policial “teme pela sua vida”, declaração que foi ironizada por alguns parlamentares.