Do Jornal do Commercio Único deputado estadual do PCdoB em Pernambuco, o ex-vice-prefeito do Recife Luciano Siqueira avalia que as denúncias envolvendo o ministro do Esporte, o também comunista Orlando Silva, são “sérias” e estão recebendo tratamento à altura do ministério.

No entanto, defende que não se pode responsabilizar o ministro por questões que envolveriam seus auxiliares. “Ele está sereno quanto a isso, está tranquilo.

Mas parece que houve um problema sério.

Só que o ministro não controla tudo o que está na ponta do ministério”, ressalvou Siqueira, que aposta na continuidade do companheiro de legenda no cargo.

Mas logo após a divulgação das denúncias, no último fim de semana, começaram a circular especulações de que, caso Orlando Silva seja o quinto ministro do governo Dilma Rousseff a sucumbir diante de acusações de corrupção, dois políticos de Pernambuco estariam no páreo para substituí-lo.

São eles a deputada federal Luciana Santos - que já havia sido sondada no início deste ano para assumir o ministério e era preferida pela presidente Dilma Rousseff, porém o PCdoB achou por bem mantê-la na Câmara Federal para não diminuir a bancada - e o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros.

Siqueira preferiu não emitir opinião sobre o assunto.

No Palácio do Campo das Princesas, o governador Eduardo Campos tampouco quis tecer comentários sobre as especulações.

Mas elogiou a iniciativa de Orlando Silva de convocar a imprensa para apresentar seu contra-argumento, assim como a decisão da presidente Dilma Rousseff de estimular que ele se apresente ao Congresso Nacional para esclarecimentos.

Contudo, o governador, que preside nacionalmente o PSB, partido parceiro do governo federal, não passa a mão na cabeça do aliado. “Acho que o ministro deve explicações ao País.

Ele deve ir ao Congresso rebater as acusações com argumentos e fatos de quem está sendo acusado.

Quem tem razão não tem por que fugir do debate.” Eduardo Campos não considera que as suspeitas de caixa 2 de campanha obtido com desvio de verbas do Ministério dos Esportes deponham contra a imagem do Brasil, às vésperas da Copa das Confederações em 2013, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

No entanto, reconhece que a veiculação de notícias do tipo têm um certo impacto negativo para os eventos. “A imagem do Brasil é muito maior do que a das pessoas.

Dizer que um negócio desses é bom para o Brasil, para o ministro, não é, mas pior é ter uma acusação dessas e negar o debate, negar-se a atender a imprensa, os políticos”, reflete o governador.

Ele faz questão de frisar, entretanto, que o ministro ainda vai ser inquirido pelos órgãos oficiais e não se pode fazer pré-julgamento a seu respeito.