Do Jornal Commercio O Palácio do Campo das Princesas trabalha para tirar da pauta política os desentendimentos dentro da Frente Popular de Pernambuco, expostos nas últimas semanas.

Ontem, o governador Eduardo Campos (PSB) reuniu-se com o senador Humberto Costa, maior liderança do PT no Estado, com o intuito de começar a “baixar a temperatura” do embate, nas palavras do petista.

O acirramento tinha piorado com a troca de farpas entre o secretário-geral do PSB regional, Adilson Gomes, e o ex-presidente do PT estadual Jorge Perez, no fim de semana passado.

Humberto avalia que já é hora de os dirigentes estaduais dos partidos governistas colocarem os pingos nos “is” a respeito das tensões internas - estas, geradas por ambições eleitorais nos municípios em 2012. “Estamos agarrados a uma pauta que só tem sentido de acontecer no ano que vem. É importante então que os partidos possam conversar.

Os dirigentes precisam chamar para si a responsabilidade.” Nos próximos dias, o senador pretende encontrar o presidente regional do PT, deputado federal Pedro Eugênio, e argumentar a favor de reunião urgente com o presidente do PSB em Pernambuco, o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho. “Senão (outros membros dos partidos) vão ficar jogando lenha na fogueira, e ficamos sem saber a posição dos partidos”, alerta Costa.

Essa necessidade havia sido externada pelo prefeito do Recife, João da Costa, na segunda-feira (10), em entrevista à Rádio Jornal.

Pedro Eugênio concorda e acrescenta que essa reunião dos líderes partidários já era planejada há três semanas, quando se aproximava o fim do prazo para troca de partido e de domicílio eleitoral para pré-candidatos. “Foi quando estive com Milton Coelho e ele disse que iríamos ter essa conversa.” Ele recorda que igual atitude foi tomada antes das eleições de 2008, com efeito positivo para a aliança.

Eduardo Campos e Humberto Costa encontraram-se ontem na posse do novo reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, e de lá seguiram para reunião no Palácio.

Ambos pensam ser necessário “encerrar a discussão” em torno das disputas. “A prioridade é a administração do Estado, e não o bate-boca eleitoral”, pontuou o senador.

As tensões avultaram com a ida de aliados para o PT, que tenta cacifar-se em municípios-chave para a Frente, e também a inserção do ministro socialista Fernando Bezerra Coelho no Recife, reduto petista onde é pré-candidato.

No encontro, Campos fez questão de dizer que não encampou movimentação para pôr ou tirar membros de partidos da base.

Humberto ressaltou que o PT não faz proselitismo.