A saúde pública brasileira tem que melhorar.

E tem dinheiro suficiente para isso.

O que falta é uma gestão mais eficiente.

Essa é a opinião de 70% dos brasileiros, segundo apurou pesquisa nacional do DataSenado.

Entre os 26% que defendem mais recursos para o setor, apenas 11% admitem a volta da CPMF.

Do total de entrevistados, uma amostra de 1.290 pessoas, de todos os Estados, cidadãos com mais de 16 anos e acesso a telefone fixo, somente 2,95% querem a criação de um novo imposto para financiar a saúde pública – descontadas as pessoas que não souberam ou não responderam, portanto, 91% são contra um novo imposto para a saúde.

A margem de erro da pesquisa é de 3%.

Motivado pelo debate legislativo em torno da Emenda 29, proposta constitucional que visa a estabelecer percentuais mínimos de aplicação de recursos da União, Estados e Municípios, no financiamento da saúde pública, o DataSenado consultou a opinião pública entre 16 de setembro e três de outubro.

Entre a minoria que defende maior alocação de recursos para o setor (26%), a maioria (53%) é a favor do aumento de impostos sobre cigarros e bebidas alcoólicas, enquanto 26% entendem que o dinheiro pode sair de outras áreas de governo.

O DataSenado também quis saber quem usa e o que acha dos serviços de saúde pública.

Um total de 34% dos entrevistados disse que não usa, recorrendo apenas aos planos privados, enquanto 65% declararam que recorrem ao atendimento na rede pública.

Entre estes, nada menos que 61% afirmaram que já tiveram que ir a outra cidade em busca de atendimento médico.

A região Norte é a que apresenta os maiores índices de satisfação da população com a saúde pública (56%), sendo que a região Nordeste é a mais crítica – apenas 29% se declaram satisfeitos.

A pesquisa também apurou que expressiva parcela da população (90%) julga muito importantes três projetos atualmente em tramitação no Senado Federal e que tem relação direta com a saúde: o que pune administradores da saúde pública que não cumprirem com suas obrigações (PLS 190/09), o que proíbe o fumo em lugares fechados em todo o país (PLS 315/08) e a proposta que obriga os planos de saúde a cobrirem custos com alguns remédios contra o câncer (PLS 352/11).