Do Jornal do Commercio As posturas críticas em relação ao PSB apresentadas pelo senador Humberto Costa e pelo ex-presidente estadual do PT Jorge Perez, em entrevistas publicadas na edição de ontem do JC, não foram bem digeridas pelos socialistas e se transformaram em mais um ingrediente da crise que vem rondando os dois principais partidos da Frente Popular de Pernambuco.

O secretário-geral do PSB, Adilson Gomes, enviou nota à imprensa criticando duramente o ex-comandante petista, sugerindo, inclusive, que o mesmo “arrume um emprego e faça algo de útil pelo Estado”. ‘O PSB se alia com qualquer partido’, declara Jorge Perez “PSB não abriu o diálogo.

E, aí, foi cada um por si” “Quem é esse Jorge Peres (sic) para querer dar aula de política aqui em Pernambuco?

De onde foi que ele saiu?

O que foi que ele já fez de útil pela sociedade ou até mesmo para as forças progressistas do Estado?

Alguém tem que dizer para esse rapaz para ele arrumar um trabalho e fazer algo que se aproveite”, diz o texto.

Na entrevista publicada ontem no JC, Jorge Perez criticou a postura do PSB de “fazer alianças com qualquer um”, numa referência especialmente às parcerias dos socialistas com o PSDB, em alguns Estados, e com o PSD nacionalmente.

De acordo com Adilson Gomes, Jorge Perez “usa as intrigas internas dele dentro do PT” para tentar desagregar a Frente Popular. “Uma coisa é a briga dele com Humberto Costa (senador petista), outra muito diferente são as posições assumidas pelo PT e PSB, partidos que têm uma história de convergência sobre questões maiores que nenhuma disputa municipal pode atrapalhar, que dirá fofocas criadas por uma figura menor como esse Jorge Perez”, disse.

Num tom mais ameno - mas também crítico -, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Waldemar Borges (PSB), discordou da visão de Humberto Costa, na entrevista publicada também na edição de ontem do JC, de que caberia aos socialistas terem articulado o diálogo para que não tivessem ocorrido “ruídos” entre as legendas da Frente Popular. “Concordo com algumas coisas que Humberto disse, mas discordo quando ele fala de que teriam que partir do PSB os diálogos e articulações da Frente.

Quando Pedro Eugênio se elegeu presidente do PT, ele foi o primeiro a dizer que o PT lançaria candidatos onde pudesse.

Por sua vez, já faz parte do histórico de relações do PT com as frentes que participa de ficarem todos os partidos imobilizados em função dos problemas internos que eles possuem”, alfinetou, para, em seguida, citar o caso de Olinda como exemplo. “O próprio Humberto disse na entrevista que, quando o partido decide, está decidido, como na situação de Olinda (onde o PCdoB, também integrante da aliança, está no comando da prefeitura).

Então, o que poderia ser um diálogo, mesmo que tardio, se transforma num comunicado por parte do PT.

Diante dessas circunstâncias, não se pode responsabilizar nenhum outro partido por eventuais obstruções de diálogo”.