CHÃ GRANDE - De volta ao Brasil, depois uma semana cumprindo agenda na Itália, o governador Eduardo Campos (PSB) teve que encarar os indícios de rachadura que começaram a aparecer na Frente Popular de Pernambuco, graças às transferências partidárias e de domicílio eleitoral que aconteceram nos últimos dias.
Eduardo procurou amenizar a situação e afirmou ver com naturalidade as polêmicas movimentações que colocaram de lados opostos PSB e PT em Pernambuco.
Na cerimônia de inauguração das obras da PE-71, na Zona da Mata, o governador procurou salientar que a formação de frentes pelo campo de esquerda não é novidade e reconheceu que há divergências entre os partidos, defendendo, no entanto, que os membros busquem suas semelhanças. “Construimos frentes respeitando identidades, diferenças, mas sempre afirmando o que nos interessa, que são os interesses da população que nós reprsentamos. (…) É natural que numa eleição municipal haja mais dispersão que numa eleição estadual ou federal”, considerou o governador.
Eduardo reafirmou que ainda é cedo para sua entrada na discussão, apesar de admitir que foi consultado pelo ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) a respeito da mudança de seu domicílio eleitoral de Petrolina, no Sertão, para a capital, Recife.
A movimentação de Bezerra Coelho é vista por alguns observadores políticos como uma resposta ao ingresso do deputado estadual Odacy Amorim, de Petrolina, no PT.
A saída dele do PSB põe em perigo a candidatura do filho do ministro, Fernando Bezerra Filho (PSB).
As movimentações ocorridas na semana passada acirraram a disputa interna entre os dois aliados.
Mesmo assim, Eduardo garante que a relação entre PSB e PT continua em clima de paz. “Estamos no mesmo projeto político nacional.
Temos responsabilidades com o País, com o Estado e com muitos municípios, como o próprio município do Recife. É um processo político que vem de muitos anos, onde todos sabem que temos nossas diferenças.
Não somos o mesmo partido, não pensamos exatamente a mesma coisa sobre todos os pontos, mas respeitamos,sobretudo, a nossa identidade”, amenizou Eduardo.
Na leitura otimista do líder da Frente Popular, as últimas movimentações foram favoráveis ao grupo político e dificultam ainda mais a vida da reduzida oposição. “Acho que a Frente, como um todo, só fez crescer.
Quem se enfraqueceu nesse processo foi a oposição.
A oposição tem mais problemas não só em encontrar aliados e fazer alianças, mas de ter também um pensamento para colocar em disputa”, criticou.
RECIFE - O governador não quis sentenciar o número de candidaturas que haverá na capital pernambucana, onde está a Prefeitura mais cobiçada. “Se a gente pudesse ter uma só candidatura em todos os municípios da Frente Popular, seria ótimo.
Não conseguimos fazer isso em 2008 e, nem por isso, em 2010, deixamos de estar juntos”, lembrou.