Por Fernando Gabeira, em seu blog -Ainda teremos uma revolução francesa.

Essa é a mensagem de um leitor que acabara de ler a noticia de que parlamentares gastaram 13,9 milhões com telefones, em oito meses.

Sabemos que uma revolução francesa não se repete.

No entanto, revoltas de vários tipos podem acontecer quando se abre um abismo tão profundo entre políticos e a sociedade.

O que mais surpreende nesses gastos é a ausência de alternativas para reduzi-los.

Os deputados falam, principalmente, com seus gabinetes regionais.

Acredito que passam 70 por cento de seu tempo dando ordens, recebendo e transmitindo informações para sua equipe.

Jamais houve uma disposição para usar o skype ou qualquer outro programa de comunicação.

Se houvesse, pelo menos esses gastos seriam reduzidos substancialmente.

De um modo geral,o Congresso brasileiro poderia cortar seus gastos em mais de metade, sem prejuízo da eficácia.

Só não faz porque não quer, ou porque não foi pressionado de forma adequada.

Quando isso acontece, como no caso das passagens aéreas, as normas foram mudadas e a economia anual foi de mais de R$30 milhões.

Comentários mais pessimistas dizem que não há jeito; os mais radicais desejam apenas que o circo pegue fogo e morram todos os palhaços e artistas. É difícil um pais sem Congresso.

A melhor saída e obrigar os parlamentares a reduzir seus custos.

Quem faria isso?

Um conjunto de entidades poderia pedir um plano de redução, marcando reuniões com o próprio presidente da Câmara, pedindo alternativas menos dispendiosas.

O Congresso gasta como se o dinheiro caísse do céu.

E a sociedade parece encarar a sangria com a resignação com que encara a chuva ou os raios de sol.

O que está aí não é um fenômeno natural como as estações do ano.

Pode ser mudado.

Para os dirigentes gastadores do Congresso a melhor coisa que existe é o desânimo seguido da expressão “não tem jeito”.

Aí então é que detonam os recursos nacionais.O leitor ao lembrar da revolução, confirma um texto de de Kant de 1798, no qual dizia que as revoluções quase sempre fracassam, mas continuam sendo uma referência de progresso no espírito humano.