O aparente incômodo do prefeito do Recife, João da Costa, contra as ações da Mesa da Unidade (MDU) atiçou a oposição.

Após a blitz no Centro do Recife, para reclamar da limpeza pública e manutenção na cidade, o gestor usou sua artilharia contra a oposição.

E, para desqualificar a atividade e os membros da MDU, recebeu a ajuda do auxiliar Henrique Leite e do presidente municipal do PT, Oscar Barreto.

A tática petista, no entanto, não mexeu com a oposição, tampouco, mudou os planos da MDU, que promete novas fiscalizações, nos próximos dias.

O grupo, formado pelos partidos PSDB/PMDB/DEM/PPS e PMN, está disposto a mostrar ao prefeito que o Recife Real não é igual ao da propaganda da atual administração.

Para tanto, fez um desafio a Costa.

Quer convidá-lo a participar de uma nova enquete para saber se a opinião do recifense acerca dos problemas dessa gestão é diferente do que foi revelado pela consulta, realizada na semana passada.

A enquete ouviu quase 800 pessoas em áreas distintas do Recife e segundo a oposição reprovou o serviço de limpeza urbana e a administração do prefeito.

Mais de 60% dos entrevistados consideraram ruim e péssima a administração de Costa. “Já que João da Costa levantou suspeição da enquete, afirmado que ela não tinha rigor científico, queremos convidá-lo a fazê-la novamente.

Ou enviar auxiliares para nos acompanhar.

Ele pode escolher a data, a hora e os locais”, sugeriu a coordenadora da MDU, vereadora Aline Mariano.

Ela reafirma que o resultado dará o mesmo ou será ainda pior, dependendo do local visitado.

Para a vereadora, o prefeito e sua equipe deveriam sair do gabinete e dar uma volta na cidade com a MDU para ver como anda o Recife Real. “Eu prefiro uma oposição crítica e irônica, a oposição que o PT fazia.

Uma oposição de contar cadáver na porta do necrotério”, disparou a parlamentar, sem citar o nome dos irmãos Leite.

Na sua visão, a limpeza pública continua sendo um calo, mesmo depois das orientações do TCE e da tentativa de uma CPI do lixo, na Câmara Municipal. “Com toda a tecnologia que o secretário Henrique diz estar sendo empregada, com todo o dinheiro gasto na manutenção da cidade, nada mudou”, garante.

Aline lembra que o contrato da PCR com a empresa que faz a manutenção da cidade custa aproximadamente R$ 600 milhões.

A tucana faz questão de informar que a oposição não está criando factóides, não está sendo inconsistente, nem mesmo deixando de mostrar conteúdo nas suas ações.

Como exemplo, a vereadora cita: a visita a Escola Lula Gonzaga, onde foi mostrada a precariedade na educação e a deficiência da estrutura física.

O fato não é pontual e se repete em pelo menos 300 escolas municipais, conforme relatório apresentado pelo Simpere.

Na fiscalização da Casa de passagem Recicriar/Recifazer - que cuida de adolescentes -, na Imbiribeira, também foi visto precariedade nas instalações.

A Casa faz parte da política da Assistência Social do Recife.

Na blitz às escadarias e morros do Recife, no Alto do Eucalipto, Grande Casa Amarela, a MDU disse ter constatado que não há atenção devida. “Os governistas se mostram preocupados porque a oposição está na rua ouvindo a população, através de enquetes, visitando os mercados públicos, que estão mal cuidados, e mostrando a realidade nua e crua, como a falta de manutenção do Recife Antigo”.

A MDU informa que tem recebido apoio integral de todos os partidos que compõem o grupo.