O inferno astral das ações da Petrobras, uma das favoritas dos investidores, continua longe de chegar a um fim.
Estrela na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a companhia apresenta um tombo de R$ 120 bilhões em valor de mercado desde o fim de 2010, exatamente o tamanho de sua megacapitalização, que mobilizou investidores em outubro de 2010.
Os analistas seguem extremamente pessimistas com a interferência do governo no reajuste do preço da gasolina vendida pela estatal.
E agora começam a manifestar preocupação com a exposição da empresa ao câmbio, o que pode ter impacto sobre o resultado contábil da companhia no terceiro trimestre.
Segundo Oswaldo Telles Filho, analista de petróleo da Banif, a Petrobras tinha uma exposição cambial líquida de R$ 41,1 bilhões em 30 de junho deste ano.
Esse valor considera dívidas em moeda estrangeira, ativos no exterior, operações de >ita<hedge (contratos no mercado futuro).
Uma alta de 15% na moeda americana representaria, segundo ele, uma perda contábil de R$ 6 bilhões no balanço da Petrobras.
Somente em setembro, o dólar comercial teve uma alta de 18,14%, para R$ 1,882. - O impacto pode não ser desse tamanho porque os números da exposição cambial são de 30 de junho e a companhia pode ter percebido a alta da moeda e se protegido.
Mas alguma perda ela terá.
A Petrobras tem uma dívida grande em moeda estrangeira - explica o analista.
Mesmo com o cenário adverso, corretoras seguem com ações da Petrobras nas carteiras recomendadas aos clientes.
Em agosto, a estatal aparecia em seis de dez carteiras para o mês levantadas pelo GLOBO.
Mas isso teria mais relação com a necessidade de as carteiras acompanharem de perto o Índice Bovespa (Ibovespa), referência das aplicações, do que propriamente uma aposta no papel.
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