Os riscos dos efeitos no país da crise econômica internacional não abalaram a confiança dos brasileiros.
O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) de setembro, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 29.09, está praticamente estável, com crescimento de apenas 0,4% na comparação com agosto.
Já na comparação com setembro de 2010, o índice está 5% menor.
Mesmo com esta queda, o INEC de setembro está 1,5% acima da média histórica para o mês.
Dos seis componentes do INEC, somente os índices de expectativas em relação à inflação, renda pessoal e compras de bens de maior valor registraram melhora em setembro sobre agosto.
As perspectivas sobre situação financeira e desemprego pioraram, enquanto as expectativas em relação ao endividamento se mantiveram estáveis no período.
De acordo com a pesquisa, apesar do crescimento de 1,5% no índice de expectativas sobre a inflação em setembro frente a agosto, trata-se do único indicador que continua abaixo da média histórica, sinalizando que os consumidores continuam pessimistas sobre a trajetória dos preços.
Para se ter uma ideia das perspectivas negativas em relação à inflação, na comparação com setembro de 2010 o indicador registrou queda de 17,2%.
Dos entrevistados neste mês, 68% responderam que a inflação vai “aumentar” ou “aumentar muito”.
Consumo crescente – O indicador de compras de bens de maior valor cresceu 2,1% na comparação com agosto.
Segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo, essa elevação se explica pelas expectativas de aumento das compras para o fim de ano. “Esse indicador está 6% acima da média histórica para meses de setembro.
Isso pode ser explicado pela maior facilidade de acesso ao crédito hoje que no passado”, afirma Azevedo.
Em relação à renda pessoal, cujo indicador cresceu 0,8% em setembro, os brasileiros acreditam ter havido crescimento dos salários.
Por outro lado, os consumidores vêem piora na situação financeira.
Esse índice teve redução de 1,3% de agosto para setembro.
Já em relação ao endividamento, houve estabilidade no período (0%).
Registrou também declínio o índice de desemprego, com recuo de 1,5% de agosto para setembro.
O INEC foi realizado de 16 a 20 de setembro a partir de pesquisa de opinião pública feita pelo Ibope com 2.002 pessoas em todo país.