Audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa sobre o rio Capibaribe reuniu, na manhã desta quarta-feira (28), parlamentares, representantes do Estado, municípios, entidades civis, pescadores, professores e estudantes.

No encontro, solicitado pelo deputado Daniel Coelho, o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife apresentaram seus planos e projetos para o rio, enquanto a sociedade civil cobrou a execução urgente de obras de saneamento, fiscalização e educação ambiental.

Entre os projetos, o de navegabilidade do rio foi apresentado como o mais avançado, estando em fase de projeto executivo.

Segundo a gerente de captação de recursos da Secretaria das Cidades do Recife, Maria de Lourdes Campos, deverão ser investidos R$ 398,6 milhões na implantação de três corredores fluviais, até maio de 2014, mas ela fez uma ressalva: “No dia 30 é que teremos a certeza de aprovação dos recursos da União”.

O deputado Daniel Coelho salientou a necessi dade de a Alepe acompanhar se o projeto de navegabilidade, bem como os planos Hidroambiental da Bacia do Capibaribe e de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco (apresentados na audiência pela Agência Pernambucana de Águas) estarão no orçamento para 2012. “É papel desta Casa observar o que são boas ideias e o que efetivamente está sendo executado e vamos ver isso em breve, quando recebermos o orçamento”, registrou. “A proposta para navegabilidade do rio é de 1991, portanto, já se passaram vários governos e ela não foi executada, espero que agora seja, pois temos muitos projetos e poucas ações efetivas”, avaliou.

O presidente da ONG Recapibaribe, André Catenhede, lamentou a ausência de projetos para impedir que esgoto e lixo continuem sendo lançados no rio, impunemente. “Sem isso, nenhuma proposta será a ideal”, disse.

Já Maria do Socorro, coordenadora do Projeto Capibaribe Melhor, fez um apelo para que as iniciativas públicas tratem com respeito os moradores das áreas ribeirinhas.

A pescadora Maria das Águas cobrou a limpeza do rio, cuja poluição tem contaminado pescadores e matado peixes.

A bacia hidrográfica do Capibaribe tem 240 quilômetros de extensão, 74 afluentes e atravessa 42 municípios, todos eles com saneamento incompleto.

O Capibaribe nasce na Serra do Passarinho e desagua no oceano ao chegar ao Recife.

No percurso, recebe resíduos de indústrias, matadouros e residências, tendo se tornado extremamente poluído e assoreado.