Open publication - Free publishing - More amor Elevar a autoestima da criança com necessidades educacionais específicas e trabalhar questões de respeito às diferenças através de uma atividade pedagógica e lúdica.
Esse é o objetivo do trabalho que a Escola Municipal Jardim Alto Progresso - Nova Descoberta vem realizando com seus estudantes.
Cerca de 50 alunos participam do espaço intitulado Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), onde surgiu o projeto “Inclusão digital – Paz interior”, coordenado pela professora Verônica Costa.
O projeto já rendeu alguns frutos, como a criação do livro “A borboleta de asa curta e apaixonada”, que possui uma versão em Braille.
O projeto será apresentado nesta quarta-feira (28), a partir das 14h, no estande da Prefeitura do Recife na VIII Bienal Internacional do Livro - Rua 12 da Bienal, Centro de Convenções.
A obra conta a história de uma borboleta que possui uma asa curta.
No entanto, essa deficiência não a impede de estudar como as outras borboletas e muito menos de ter amigos.
Ao contrário, todos na escola ajudam a borboleta a identificar suas qualidades e a história termina com um final feliz. “O livro ensina os estudantes a apoiarem os colegas que possuem alguma deficiência”, fala Verônica.
Seis alunos da escola foram os autores do livro: Mikaellen de Oliveira, 10 anos; Vanderson Nascimento, 10; Márcio do Nascimento, 12; Raul de Oliveira, 10; Alexandre Santos, de 14 anos, e Ingrid Rafalella, de 11 anos, esses dois últimos responsáveis pelas ilustrações da obra. “Gostei de fazer o livro com meus amigos, quero fazer outro”, fala, sorrindo, Mikaellen.
Já o estudante Vanderson apreciou a interação com os amigos. “Gostei de fazer parte do livro e de encontrar meus amigos”.
Foram três semanas de produção para concluir a obra.
Outro aluno que participou da produção do livro foi o estudante de 13 anos da Escola Municipal Nilo Pereira, José Carlos.
Ele tem deficiência visual e foi convidado para passar todo o conteúdo da obra para o Braille. “Tenho blog, msn e e-mail; adoro a internet.
E já tinha escrito outro livro, ‘Gugu Jabuti’, que foi lançado na Fliporto, no ano passado”, fala o animado estudante, que já possui outros planos. “Agora quero fazer um livro de aventuras”, confessa José Carlos.
A obra pode ser lida na internet, no endereço eletrônico https://issuu.com/eljo/docs/a_borboleta_de_asa_curta_e_apaixonada.
O professor Ely José foi o responsável por digitalizar a obra, escaneando e postando o livro na Rede Municipal de Ensino, no site Professor.com. “A obra ganha mais visibilidade com o uso da mídia digital”, fala o professor. “Com esse tipo de atividade, o estudante fica mais propício à aprendizagem.
Eles se interessam em participar, são estimulados e melhoram o comportamento em sala de aula”, celebra Verônica.
O grupo da SRM se reúne duas vezes por semana, em momentos em que não estão em sala de aula, para não atrapalhar os estudos.
Para a dirigente da escola, Valéria Soares, a atividade ajuda a melhorar o comportamento da criança. “A mudança é visível.
As mães conversam comigo sobre como seus filhos melhoraram sua conduta em casa”, explica Valéria.
O coordenador do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores, Conrado Falbo, e a Gerente de Educação Especial, ambos da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel), foram conhecer de perto o trabalho e fazer o convite para a apresentação do projeto na Bienal.
A Diretoria Geral de Tecnologia na Educação e Cidadania (DGTEC) da Seel está elaborando a versão audiovisual do livro para abranger um público maior.
E o Programa Manuel Bandeira já está estudando a possibilidade de publicação da obra na versão em Braille.