A 18ª Marcha para Jesus levou milhares de fiéis para a Avenida Boa Viagem na tarde deste sábado (24).

Desta vez, o louvor saiu dos templos e se transformou numa verdadeira micareta.

No entanto, no evento evangélico, não havia músicas de duplo sentido nem álcool.

Famílias inteiras participaram, assim como políticos ligados à bancada evangélica.

O vereador André Ferreira (PMDB) e o deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PSC) marcaram presença.

Mas quem ganhou os holofotes foi o lídero do governo na Câmara, vereador Luiz Eustáquio (PT).

Além de fazer o percurso da marcha em cima de um trio elétrico com faixas que traziam seu nome e foto, ele foi escolhido pela Prefeitura do Recife para representar o prefeito João da Costa (PT), que está em São Paulo desde a última quarta-feira (21), para exames de avaliação por conta do transplante de rim que fez no ano passado.

Esta é a primeira vez que Eustáquio participa da marcha, mas nega que sua presença tenha qualquer cunho eleitoral, visando as eleições do próximo ano. “Estou fazendo a campanha Recife Sem Drogas.

A princípio, os políticos participam todos os anos.

No meu caso, é para divulgar a campanha”, disse referindo-se a um projeto da organização não-governamental da qual participa, a Oásis da Liberdade.

A campanha foi lançada em agosto, durante evento no Parque Dona Lindu, também em Boa Viagem, na Zona Sul da cidade.

Como era o representante do prefeito, coube a Eustáquio entregar a chave da cidade ao bispo Daniel Fragoso, coordenador da Igreja Renascer em Cristo.

Como a Avenida Boa Viagem ficou bloqueada, competidores do campeonato internacional de tênis que acontecerá no Recife tiveram que andar no meio da multidão, carregando malas e equipamentos, pois os táxis não podiam se aproximar dos hotéis.

PROTESTO - Moradores do Edifício Caiçara, obra arquitetônica do final dos anos 20 do século passado, aproveitaram o sábado para protestar contra o possível fim do imóvel.

Ele deve ceder espaço para que uma construtora erga um arranha-céu.

Habitantes do prédio e amgigos levaram faixas e cartazes para frente do Caiçara e pediram apoio aos evangélicos.

Outro edifício da orla, o Oceania, também está ameaçado.

Assim como o Caiçara, o Oceania foi construído nos anos 50 do século 20. (Por Daniel Guedes)