Do Jornal do Commércio A novela da eventual saída do deputado federal João Paulo do PT deve se prolongar até o prazo limite previsto na legislação eleitoral para mudanças de partido a quem pretende disputar as eleições de 2012 - 7 de outubro.

A nova reunião entre o ex-prefeito e dirigentes do PV, marcada para ontem, foi adiada para a próxima semana, segundo o parlamentar em razão da turbulenta agenda de votações na Câmara Federal desta semana.

Mas o ex-prefeito colocou mais ingredientes nesses dias que antecedem o anúncio de sua decisão.

Ontem, ele afirmou que vereadores “aguardam sua decisão”, sem citar nomes, num indicativo que o acompanhariam nessa migração de legenda, gerando defecções no PT.

A declaração foi dada ontem na Câmara de Vereadores do Recife, durante a recepção em homenagem à jornalista Roberta Jungmann, titular da coluna Dia a Dia, do JC, agraciada com a Medalha José Mariano (leia na página 5).

Além de vereadores, que estariam de olho nas respectivas reeleições, militantes petistas também acompanhariam o ex-prefeito caso se confirme sua ida para o PV.

O PT conta com seis vereadores no Recife e apenas dois deles são próximos a João Paulo: Múcio Magalhães, ex-presidente da Casa e ex-secretário na gestão passada, e Osmar Ricardo, que é dirigente do sindicato dos servidores municipais e tem tido uma relação tensa com a gestão João da Costa (PT).

Josenildo Sinésio já foi fiel escudeiro de João Paulo, mas se aproximou de João da Costa.

Os outros três vereadores - Inácio Neto (líder do partido), Jurandir Liberal (presidente) e Luiz Eustáquio (líder do governo) - são muito alinhados ao atual gestor.

Quanto às negociações com o PV, João Paulo reafirmou que os entendimentos estão se dando com o presidente nacional dos verdes, o deputado federal José Luís Penna (SP).

Mas o presidente estadual dos verdes, Carlos Augusto Costa, informou que houve uma conversa entre ele e João Paulo esta semana, por telefone, e que ele deve estar presente neste próximo encontro do ex-prefeito com Penna, em Brasília.

As conversas entre João Paulo e PV se intensificaram nas últimas duas semanas, criando uma expectativa de que ele estaria mesmo decidido a deixar o PT.

Dirigentes petistas, porém, são cautelosos ao tratar do tema, principalmente sobre possíveis medidas contra o ex-prefeito caso ele troque de partido.

O presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, adota o discurso de que “não acredita” na saída do correligionário.

A medida mais dura seria reivindicar o mandato parlamentar dele.