Da Agência Estado Apesar do dia intenso na quarta-feira, em Nova York - quando abriu a 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas e recebeu cinco chefes de Estado - a presidente Dilma Rousseff trabalhou para ver a Comissão da Verdade aprovada pelo Congresso.

Em contato direto com a ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, a presidente ajudou a pressionar os deputados para que terminassem a votação ainda na noite de quarta-feira, 21.

Nesta quinta-feira, 22, em entrevista aos jornalistas brasileiros que acompanhavam a visita, a presidente registrou a aprovação com apenas uma frase: “Acredito que é importante para o Brasil e para a posição do Brasil diante do mundo”.

No Congresso, o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) será o relator do projeto de lei que cria a Comissão, um grupo de trabalho que ficará encarregado de examinar e esclarecer as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.

O nome de Aloysio Nunes, que foi perseguido político durante a ditadura militar, para relatar a Comissão da Verdade já recebeu o aval do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O projeto de lei começa a tramitar na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

A ideia é que Aloysio Nunes não faça mudanças na proposta, mantendo o texto aprovado pelos deputados. “Acho que a proposta precisa passar só na CCJ.

A ideia é que o senador Aloysio seja o relator na comissão e também no plenário”, disse o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).

Aloysio Nunes confirmou que deverá ser o “provável relator”, mas disse que não iria se pronunciar enquanto não for oficializado no cargo.

Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não haverá rito especial de tramitação para o projeto da Comissão da Verdade. “Não tem sangria desatada para votar o projeto.

Sempre que posso tenho o cuidado de dar espaço para o debate das matérias que não têm prazo”, afirmou Jucá.