Do Jornal do Commércio A líder do PSB na Câmara, Ana Arraes (PE), chega à reta final da campanha pela vaga de ministro do TCU exibindo o favoritismo de quem já conseguiu tirar dois concorrentes do páreo, antes da votação marcada para amanhã.

Sob pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de governadores como Eduardo Campos (PSB-PE), filho da candidata, o PTB do líder na Câmara, Jovair Arantes (GO), e o PSC do deputado Sérgio Brito abriram mão de suas candidaturas.

As renúncias não devem parar aí. “Começamos esta disputa com nove candidatos e podemos acabar com apenas três”, prevê o deputado Vilson Covatti (PP-RS).

As três candidaturas consideradas mais competitivas são as de Ana Arraes, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Átila Lins (PMDB-AM).

Todos os candidatos se queixam da “pressão desmedida” em favor da líder socialista.

Não sem razão. “A bancada abriu mão de disputar e praticamente fechou em favor de Ana Arraes.

Ela vai ganhar esta eleição”, previu o ex-líder petebista Nelson Marquezelli (SP) ainda na semana passada, logo depois da reunião de bancada em que Jovair decidiu abandonar a disputa para atender aos liderados. É precisamente o apoio de Lula que constrange o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), a trabalhar o voto dos petistas em favor de Átila Lins (AM).

Em conversas de bastidor, Alves deixou claro que agirá com todo o cuidado para “não confrontar” o ex-presidente. Átila Lins e Aldo Rebelo agarram-se ao resultado das últimas disputas por uma vaga no TCU para apostar na vitória sobre a candidata que exibe os padrinhos mais ilustres e a simpatia do governo.

Lembram que o presidente Lula sofreu duas derrotas: Em 2005, José Pimentel (PT-CE), hoje senador, perdeu a eleição para Augusto Nardes (PP-RS) e três anos mais tarde, o derrotado foi o petista Paulo Delgado (MG), com a eleição de Aroldo Cedraz (PFL-BA).

Diante da desistência do líder do PTB na semana passada, foram canceladas as prévias do baixo clero, em que os quatro candidatos dos pequenos partidos (PTB, PP, PR e PSC) escolheriam entre eles o nome mais forte para enfrentar a eleição no plenário. “Nós do PSC hegamos à conclusão de que é melhor esperar outra oportunidade para apresentar uma candidatura”, disse Sérgio Brito.

Dos “pequenos”, apenas Milton Monti (PR-SP) e Damião Feliciano (PDT-PB) resistem.