Leitor atento sugere ao Blog de Jamildo nota do jornalista Mechiades Filho, na Folha de São Paulo, sobre as investidas de Eduardo Campos para eleger sua mãe, a deputada federal Ana Arraes, para o posto de ministra do Tribunal de Contas da União.

Tudo sobre minha mãe Eduardo Campos (PSB) foi reeleito no primeiro turno com 83% dos votos, um dos resultados mais espetaculares de 2010.

Faz uma gestão bem avaliada pelos pernambucanos.

Obteve a melhor nota entre os governadores na pesquisa Datafolha mais recente. É cogitado para várias posições na seleção de 2014: senador, candidato à Presidência alternativo nascido no seio do governismo ou vice dos sonhos de muita gente (Dilma Rousseff, Lula, Aécio Neves).

Galante, “Dudu Beleza” se empenha em projetar a imagem de político moderno.

Mantém boas relações com os dois polos do quadro partidário nacional.

Não raro critica o petismo, pelo apetite por cargos e pela leniência com a corrupção.

Mas também dispara alertas incisivos sobre o risco de deixar Dilma à mercê do fisiologismo do PMDB.

Nada disso, porém, combina com o tempo e a energia que ele investe para instalar a própria mãe, a deputada Ana Arraes, no cargo vitalício de ministra do Tribunal de Contas da União.

A eleição deve ocorrer nesta quarta, na Câmara.

A campanha de Campos inclui romaria pelos Estados, acordos com ex-adversários, jantares para congressistas, pit-stops semanais em Brasília. É sua prioridade zero.

Depois do asfixiamento orçamentário da Polícia Federal, o TCU tornou-se o órgão que mais preocupa e incomoda o poder central.

Foram seus auditores, por exemplo, qu e primeiro detectaram as fraudes que culminaram na “faxina” nos Transportes e no Turismo.

Vinculado ao Congresso, é natural e até desejável que o tribunal vire alvo de disputa política.

Mas o lobby de Campos, de tão escancarado, humilha a Câmara -e diminui a mãe, uma advogada qualificada.

Aos poucos, surge uma outra face do pernambucano, antes conhecida apenas pelos poucos que haviam ousado desafiá-lo dentro do PSB, como os irmãos Ciro e Cid Gomes.

Será ainda cedo para falar em um novo coronel de olhos claros?