Fernando Rodrigues, em seu blog no Uol A eleição do indicado pela Câmara para ministro do TCU nesta 4ª feira (21.set.2011) servirá para testar o prestígio político da deputada Ana Arraes (PSB-PE) e do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Há 7 candidatos, mas só os 2 são competitivos.

A votação é secreta.

Facilita traições.

De qualquer modo, articuladores das candidaturas de Ana e Aldo fazem suas estimativas.

Segundo o Blog apurou, Ana Arraes espera, num cenário conservador, de 170 a 210 votos .

Em outra conta, menos cautelosa, a deputada teria de 180 a 238 votos.

Já Rebelo espera de 180 a 200 votos.

As expectativas são condizentes com resultados obtidos pelos últimos vencedores.

Nas votações de 2001, 2005 e 2005, saiu vitorioso quem teve de 172 a 203 votos.

Como não há 2º turno, pode-se vencer com maioria simples –não é preciso maioria absoluta entre os 513 deputados.

Veja acima quadro com os três últimos resultados: Em 2011 chega como favorita à disputa Ana Arraes.

Mais porque Aldo Rebelo está em baixa.

Filha de Miguel Arraes (1916-2005), Ana tem 64 anos e cumpre apenas seu 2º mandato na Câmara.

Não tem muita experiência no tratamento com congressistas, mas é líder da bancada do PSB.

Chegou à Liderança pelo mesmo motivo que a torna competitiva na disputa pelo TCU: o apoio ostensivo do filho, Eduardo Campos, presidente do PSB e governador de Pernambuco.

Para a mãe, ele conseguiu até o apoio de Lula e de Aécio Neves.

Aldo Rebelo, por outro lado, tenta sair de uma sequência de reveses.

Aos 55 anos, exerce seu 6º mandato na Câmara e tem vasta experiência de articulador político.

Mas ele não conseguiu até agora, véspera da disputa, apoios públicos de grandes caciques da política.

Aldo foi ministro de Relações Institucionais (em 2004 e 2005) e presidente da Câmara (de 2005 a 2007).

Apesar disso, teve resultado sofrível na última eleição que disputou para presidente da Casa, em 2009 (ficou em 3º lugar, com meros 76 votos).

Em 2011, quis ser candidato novamente mas não conseguiu nem apoio de seu partido, o PC do B.

Mesmo quando se tornou presidente, com apoio do governo, em 2005, ganhou com apenas 15 votos de diferença do oposicionista José Thomaz Nonô (PFL-AL).

Agora, Aldo já enfrenta problemas no governo.

Sua proposta de mudança no Código Florestal agradou mais à direita, aos ruralistas, que à esquerda.

Ficou mal visto em seu próprio meio.

O ponto positivo disso para Aldo: sua atuação na votação do Código Florestal pode lhe render votos da oposição.