O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi hoje (19) à tribuna destacar o papel da juventude e das redes sociais no crescimento do movimento nacional contra a corrupção. “Surge, no Brasil, na mesma linha do que vinha ocorrendo em várias partes do mundo, o poder de mobilização das redes sociais.
Jovens brasileiros, conectados por meio de seus computadores pessoais e telefones, reuniram-se em torno da ideia de combater esta verdadeira calamidade nacional: a corrupção.” De acordo com o parlamentar pernambucano, começou a ser resgatada a capacidade de mobilização, “desconhecida pelas novas gerações, a qual só tem paralelo em movimentos de mais de 20 anos atrás, como o dos ‘caras-pintadas’ do impeachment e o das ‘diretas já’”.
Jarbas, no entanto, se disse pessimista com a classe política, que, segundo ele, tem dificuldade “em entende com clareza o processo que teve início no último aniversário de nossa independência.” Jarbas Vasconcelos observou ainda que “a indignação individual, na maior parte das vezes restrita ao núcleo familiar ou aos mais próximos, ganhou as redes sociais e difundiu-se rapidamente em um movimento independente e poderoso, que alcança a todos com rapidez, um poder de mobilização jamais visto na história”.
O senador lembrou que vem repetindo há tempos que “a corrupção incorporou-se à paisagem.
Corruptos de todas as extirpes tiveram no ex-presidente Lula um protetor benevolente, que incentivou os criminosos.” O senador do PMDB disse que a primeira e histórica mobilização promovida pelas redes sociais no Brasil “é o fato político mais importante deste início de século”. “Estamos diante de uma verdadeira revolução, e meu desejo sincero é que ela frutifique, despertando milhares de jovens a deixar o conforto do lar e lutar por princípios e objetivos que lhes interessem diretamente, como o combate à corrupção, a defesa da ética e uma verdadeira reforma política, que livre este país daqueles que não têm decência para exercer a atividade pública”.
Jarbas conclamou a participação popular nos próximos movimentos de rua contra a corrupção, nesta terça-feira (20.09), na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e no feriado do dia 12 de outubro, em todo o Brasil. “Que todos permaneçam independentes, sem permitir a participação oportunista de partidos políticos, centrais sindicais e organizações sociais comprometidas com interesses inconfessáveis.
Estejam alertas e confiantes, pois isso é apenas o começo”.
Jarbas Vasconcelos citou dados da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), apontando que a corrupção é responsável pelo desvio dos cofres públicos de valores entre R$ 41 bilhões e R$ 69 bilhões por ano. “Rouba-se mais do que o valor arrecadado da CPMF em 2007, seu último ano de vigência, quando o imposto totalizou R$ 37 bilhões.
Não precisamos de um novo imposto para combater a verdadeira calamidade da saúde pública no Brasil.
Basta enfrentarmos, com eficiência, a corrupção”.
Para o senador do PMDB pernambucano, foi contra esse verdadeiro absurdo que os jovens foram às ruas. “É por esse ideal que milhares de internautas acessam diariamente as comunidades que divulgam as mobilizações.
No Brasil, as redes sociais contam com quase 50 milhões de integrantes, número que nos coloca em posição de destaque quando comparados aos dos países desenvolvidos”, concluiu Jarbas. (da assessoria) Leia a íntegra do discurso: “Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, Venho a esta tribuna dominado por dois sentimentos antagônicos: o primeiro constitui uma esperança baseada na crença de que as manifestações do último 7 de setembro iniciam um novo momento na história social e política do Brasil; o segundo é o pessimismo em relação à capacidade de nossa classe política entender com clareza o processo que teve início no último aniversário de nossa independência.
O povo foi às ruas.
Os manifestantes, em sua maioria jovens, ocuparam várias cidades do País com uma única palavra de ordem: “chega de corrupção”.
Resgatamos uma capacidade de mobilização, desconhecida pelas novas gerações, a qual só tem paralelo em movimentos de mais de 20 anos atrás, como o dos “caras pintadas” do impeachment e o das “diretas já”.
O que há de novo nessa manifestação em relação às que a precederam?
A forma de mobilização e seus objetivos.
Surge, no Brasil, na mesma linha do que vinha ocorrendo em várias partes do mundo, o poder de mobilização das redes sociais.
Jovens brasileiros, conectados por meio de seus computadores pessoais e telefones, reuniram-se em torno da ideia de combater esta verdadeira calamidade nacional: a corrupção.
A indignação individual, na maior parte das vezes restrita ao núcleo familiar ou aos mais próximos, ganhou as redes sociais e difundiu-se rapidamente em um movimento independente e poderoso, que alcança a todos com rapidez, um poder de mobilização jamais visto na história.
Como venho repetindo há tempos, a corrupção incorporou-se à paisagem.
Corruptos de todas as extirpes tiveram no ex-presidente Lula um protetor benevolente, que incentivou os criminosos.
Tomado de uma letargia inexplicável, o País passou a assistir a sucessivos escândalos.
Mas, como afirma o senso comum, tudo tem um limite.
A faxina – conduzida pela Presidente Dilma Rousseff no início de seu governo – que ocupou grande espaço na mídia e atingiu quatro de seus ministros, despertou a sociedade para a verdadeira endemia em que se transformou a corrupção entre os agentes públicos em nosso país.
Fomos todos vencidos pelo cansaço.
Cansamos de ver criminosos serem flagrados recebendo dinheiro público roubado e protegidos por seus iguais, como o recente episódio da Senhora Jaqueline Roriz.
Cansamos de acompanhar investigações e processos intermináveis, como o do mensalão.
Cansamos de acompanhar operações da Polícia Federal em que muita gente é algemada e ninguém fica preso.
Cansamos, e a sociedade, no dia da Pátria, finalmente soltou seu grito de indignação.
Essa indignação, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, atinge a todos nós.
Hoje, a atividade política é associada imediatamente à corrupção.
Se os agentes públicos, aí incluídos os três Poderes do Estado, subestimarem a capacidade de mobilização das redes sociais, estarão colocando em risco as próprias instituições.
Não tenho dúvidas: o que está sendo questionado nas ruas é, em última instância, o próprio sistema representativo, a base da democracia como a conhecemos atualmente.
Nestes quatro anos de mandato, nos momentos em que ocupei esta tribuna para denunciar principalmente a impunidade, repercutindo cada novo escândalo que era apurado pela imprensa, cheguei a pensar que jamais seria ouvido, que os que aqui defendiam uma postura ética no exercício da política eram uma minoria em extinção.
Eis aí o motivo do meu entusiasmo: estamos sendo ouvidos.
Infelizmente, esta audiência ainda não se dá neste plenário, mas chegará aqui, com toda certeza, imposta pela sociedade, que cobra uma postura ética de seus representantes.
Segundo estimativas da Fiesp, a corrupção é responsável pelo desvio dos cofres públicos de valores entre 41 e 69 bilhões de reais a cada ano.
Rouba-se mais do que o valor arrecadado da CPMF em 2007, seu último ano de vigência, quando o imposto totalizou 37 bilhões de reais.
Não precisamos de um novo imposto para combater a verdadeira calamidade da saúde pública no Brasil.
Basta enfrentarmos, com eficiência, a corrupção. É contra esse verdadeiro absurdo que os jovens foram às ruas. É por esse ideal que milhares de internautas acessam diariamente as comunidades que divulgam as mobilizações.
No Brasil, as redes sociais contam com quase 50 milhões de integrantes, número que nos coloca em posição de destaque quando comparados aos dos países desenvolvidos.
A primeira e histórica mobilização promovida pelas redes sociais no Brasil é o fato político mais importante deste início de século.
Estamos diante de uma verdadeira revolução, e meu desejo sincero é que ela frutifique, despertando milhares de jovens a deixar o conforto do lar e lutar por princípios e objetivos que lhes interessem diretamente, como o combate à corrupção, a defesa da ética e uma verdadeira reforma política, que livre este país daqueles que não têm decência para exercer a atividade pública.
Espero que todos participem das manifestações nesta terça-feira, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e no feriado do dia 12 de outubro, em todo o Brasil.
Que todos permaneçam independentes, sem permitir a participação oportunista de partidos políticos, centrais sindicais e organizações sociais comprometidas com interesses inconfessáveis.
Estejam alertas e confiantes, pois isso é apenas o começo.
Era o que eu tinha a dizer, Senhor Presidente.
Muito obrigado.”