O diretor da Refinaria Abreu e Lima, João Aquino, reclamou publicamente do congestionamento de cargas e veículos no Porto dem Suape, nesta segunda-feira, em evento na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Ele fazia uma apresentação sobre o empreendimento da Petrobras, em um simpósio de petróleo e gás da universidade, quando soltou as críticas públicas.
A própria construção da refinaria contribui para os problemas de transporte, com mais de 30 mil pessoas trabalhando no sítio da refinaria. “Hoje, estamos com mais de 40% do cronograma físico”, informou. “Estamos com um problema sério de mobilidade naquela região.
Para que vocês tenham uma idéia, os turistas de Porto de Galinhas saem quatro horas antes do voo para não perder o avião. É um complicador grande para a região”, afirmou.
Decisão técnica No mesmo evento, comentando detalhes do projeto da refianria e os bastidores, o diretor da Petrobras disse mais de uma vez que a decisão da estatal de construir a refinaria no Nordeste foi técnica. “O mercado precisa e Pernambuco é o segundo mercado de derivados do Nordeste… já estava definida, assim, para ser no Nordeste.
O ponto a ser atendido era o Nordeste, estava definido”, afirmou, sem informar desde quando.
Na mesma linha de esclarecimento, ficou claro que a obra não é uma concessão do governo Federal para ajudar uma região pobre.
A empresa vai ganhar muito dinheiro com o projeto. “Vamos processar petróleo pesado, que vai virar diesel.
De tudo que entrar, 70% do que vai sair é diesel.
Com uma matéria prima de baixo valor, vai dar uma excelente margem (de lucro)”, afirmou.
Com cerca de seis produtos, a refinaria de Suape será voltada para a produção de diesel. “É o que falta no país.
As importações são concentradas em diesel”.