Em seu primeiro discurso como integrante da bancada do PSDB, hoje, o deputado Daniel Coelho questionou qual o papel da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, já que o órgão não vinha acompanhando o projeto para implantação da “maior termelétrica do mundo”, em Suape, anunciado pelo Governo, na semana passada.

O parlamentar classificou o projeto como um retrocesso, criticou a falta de compromisso com o meio ambiente e solicitou uma audiência pública para discutir o assunto. “O Governo comemora a instalação do empreendimento, afirmando que vão ser investidos R$ 2 bilhões no Estado e gerados 500 empregos.

Os números não são significativos, se considerarmos que o grupo empreendedor vai ter isenção de ICMS e ainda receber um terreno de 94 hectares, enquanto estaremos implantando no Estado a usina mais poluidora do mundo”, criticou. “E o secretário de meio ambiente afirmou que não sabia do projeto.

Qual o sentido da Secretaria, então, se não é discutir a matriz energética utilizado no Estado?

Planejar o desenvolvimento com sustentabilidade?”.

Citando afirmação do professor Alberto Luiz Coimbra à imprensa, Daniel Coelho destacou que a implantação dessa usina em Estados como São Paulo ou Paraná era impensável e Pernambuco foi escolhido justamente por sua frouxidão no que diz respeito a licenças ambientais. “Não acredito que é essa a marca que o Governo quer para nosso Estado”, salientou, complementando que, das dez empresas que assumiram compromisso para compensação ambiental em Suape, apenas uma cumpriu o acordo.

O parlamentar lembrou que, há dez anos, Jarbas Vasconcelos implantou uma usina termelétrica movida a gás natural, que é uma fonte mais avançada e, no último leilão da Aneel, a energia eólica foi comercializada a R$ 99,00 o megawatt/hora, enquanto o custa da matriz planejada é de R$ 146,00, portanto, mais cara e mais poluente. “Qual o sentido de investirmos, hoje, numa usina movida a diesel?

Não há nada mais atrasado!”, criticou. “O Governo não pode pensar que o mundo vai durar quatro anos.

Temos que pensar nas próximas gerações.

Dinheiro não é tudo”.

Em apartes, os deputados Maviael Cavalcanti, Antônio Moraes e Betinho Gomes reforçaram a necessidade de discutir o assunto e mobilizar a sociedade.

O líder do Governo, Waldemar Borges, também reconheceu a importância do debate público.