Do Jornal do Commércio Após participar de uma agenda em Brasília em torno dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, esta semana, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), manteve um encontro reservado com o presidente nacional do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP).

O chefe do Executivo foi buscar o apoio político da cúpula nacional para viabilizar a sua pré-candidatura à reeleição em 2012.

Apesar de o PT considerar “natural” a candidatura à reeleição dos seus prefeitos que querem renovar o mandato, João da Costa sabe que, para alcançar o seu objetivo, terá que conquistar as condições necessárias, como ter uma imagem positiva da gestão diante da população e contar com o apoio da Frente Popular - coligação de partidos que o elegeu em 2008.

Duas condições que, até o momento, não estão asseguradas, uma vez que a administração tem sido bastante criticada e parte dos aliados ameaçam, a todo instante, lançar outros nomes.

Como se não tivesse problemas suficientes, João da Costa ainda poderá enfrentar nas urnas o seu ex-padrinho político, o ex-prefeito e deputado federal João Paulo, que ameaça deixar o PT para disputar a Prefeitura por outra legenda.

Por isso, Costa busca o apoio das lideranças nacionais.

Há, inclusive, uma expectativa que o prefeito converse também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo na última semana desse mês, antes do prazo final para as filiações, que expira em 7 de outubro.

João da Costa quer mostrar a Lula e a Ruy Falcão que sua pré-candidatura, mesmo com esses problemas, não vai colocar em risco a permanência do PT no poder municipal.

O Recife é uma das prioridades da agremiação no mapa que o PT pretende construir para as eleições de 2014, quando estará em jogo a provável candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

João Paulo, que está rompido com João da Costa, já fez essa mesma peregrinação.

O ex-prefeito correu atrás do apoio da cúpula nacional para o seu projeto de retornar à PCR, apesar de o atual prefeito ser o “candidato natural”.

Como essa posição não foi fechada, o deputado pode deixar a legenda para sair candidato por outra agremiação.

Esse caminho foi defendido, abertamente, por um dos filhos do ex-prefeito - o sociólogo João Paulo Filho, conhecido como Jampa, que tem se colocado como uma espécie de porta-voz da família.

As lideranças do PT, nacional e local, tentam, todavia, encontrar uma alternativa para que os problemas internos sejam superados sem que o PT vá para as urnas dividido, seja qual for o candidato.