O senador Armando Monteiro elogiou a atuação do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que apresentou na última reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado uma agenda que permitirá avanços na política de inovação do Brasil.
Em discurso no plenário do Senado, o pernambucano também externou sua satisfação com as medidas anunciadas nos últimos meses pelo governo federal, a exemplo do Plano Brasil Maior, de estímulo a política industrial do país que, segundo ele, avançará ainda mais com a agenda da inovação do ministério da Ciência e Tecnologia. “Qualquer estratégia de crescimento, sobretudo de sobrevivência da indústria brasileira, passa necessariamente por um esforço na área de inovação.
Os ganhos de produtividade no futuro dependerão, crucialmente, da capacidade de inovação da indústria brasileira”, comentou Armando.
O senador também apontou avanços como a criação da Lei de Inovação, que estimula as empresas que investem em pesquisa.
Para ele, a contribuição acadêmica é essencial e aponta resultados significativos. “Porém, a inovação deve cada vez mais ser apropriada socialmente para gerar soluções mais práticas – e isso, se conquista no ambiente da indústria”.
Segundo Armando Monteiro, para avançar com mais celeridade na política de crescimento industrial é necessário também superar alguns desafios.
Definir a coordenação dentro do próprio governo das ações dessas políticas é um deles. “Se não houver boa articulação das ações, já que há uma dispersão dos instrumentos, essa política não terá a efetividade que nós desejamos”, argumentou.
O outro desafio é fazer com que a política macroeconômica seja amigável aos objetivos da agenda de competitividade. “Como podemos esperar que a indústria avance através da inovação e de medidas de caráter microeconômico se o Brasil tem ainda, no ambiente macroeconômico, que conviver com dois preços (juros e câmbio) que representam uma imensa desvantagem?”, indagou.
Ciente deste desafio na área econômica, Armando Monteiro também reconhece o esforço do governo em apontar alternativas que equalizem os desequilíbrios do ambiente econômico.
Nessa linha, celebrou a recente redução em 0,5% da taxa Selic.
Para ele, essa medida é um sinal positivo do governo em criar estratégias de crescimento do país, sem perder o foco no combate a inflação.
Outro aspecto a ser superado diz respeito às deficiências do sistema de educação.
Armando disse que a capacidade do Brasil de inovar está diretamente ligada a educação. “O pilar fundamental da inovação é o sistema educacional.
Portanto, é preciso investir mais e melhor na formação de capital humano”, afirmou.
O senador cobrou ainda um maior investimento por parte do setor privado em inovação. “O setor privado precisa investir mais em inovação. É fato que o governo terá sempre um papel central.
Todas as políticas de fomento ao desenvolvimento da inovação, da tecnologia, a importância da FINEP, que ganha agora mais recursos com o plano Brasil Maior, as medidas de incentivo fiscal, a subvenção econômica, que são recursos dirigidos às empresas e não reembolsáveis, são recursos fundamentais - mas não há dúvida, de que é preciso um maior protagonismo do setor privado nessa agenda”, comentou.