Do Jornal do Commércio Três ataques consecutivos a dois funcionários da prefeitura e ao próprio prefeito Genivaldo Menezes (PT) devolveram o clima tenso às ruas de Águas Belas (Agreste).

Na madrugada de ontem, um coquetel molotov incendiou o muro da casa do petista, que escapou sem ferimentos.

Dois assessores tiveram casa e carro queimados, respectivamente, entre terça e sexta-feira.

O acusado é José Macário de Brito, Duda, 41 anos, que foi preso.

Ele é ex-funcionário do ex-prefeito Nomeriano Martins, integrante do grupo político que controlou a cidade até 2009, ano da posse do atual gestor.

No entanto, por enquanto a polícia descarta a hipótese de crime político.

Por causa do acirramento político, desde 2003 - quando teve a casa metralhada - Genivaldo Menezes dispõe de escolta policial.

Na época, ele atribuiu a autoria do atentado aos Martins, porém não houve provas.

O ataque de ontem é o primeiro desde que recebeu proteção do Estado.

Desta vez, ele não arrisca dar conotação política ao caso. “Mas é muita coincidência terem colocado fogo no carro e nas casas em tempo tão curto”, diz.

Menezes aguardará o resultado do inquérito para saber se pedirá reforço para sua segurança.

Cauteloso, o presidente do PT, deputado Pedro Eugênio, não quis fazer acusações.

Ele vai pedir ao secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, pressa na apuração.

Uma garrafa contendo gasolina e esponja em chamas foi jogada à 1h40 contra a casa do prefeito.

Vigilantes viram o fogo e, com ajuda de vizinhos, conseguiram controlá-lo.

Nesse momento, acordaram o prefeito, sua esposa - que está grávida - e a filha de 3 anos.

Quando a polícia chegou, o casal mostrou imagens das câmeras da residência, o que auxiliou na captura de Duda, oito horas mais tarde.

Na terça passada, tentaram incendiar a casa do assessor Adalto Ferreira.

Sexta, o automóvel do assessor Alan Roberto ficou em chamas.

Os ataques aos servidores e ao prefeito aconteceram, coincidentemente, duas semanas após a entrevista do ex-prefeito Nomeriano Martins a uma rádio local, na qual fez acusações contra o petista, dizendo desconfiar que Menezes teria mandado o Ciosac, da PM, revistá-lo. “Não tem a ver conosco”, defende-se o prefeito.

O agente da Delegacia de Águas Belas, Caio Afonso, informou que até o momento está descartada a hipótese de crime político.

Segundo ele, Macário é agricultor e não tinha mais relação com a família Martins, de quem foi funcionário. “Ele nega as acusações e diz que só fala em juízo”, conclui.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-prefeito Nomeriano Martins.