Por Luciano Siqueira “O mercado está nervoso”, “O mercado está pessimista”…

Quantas vezes você já ouviu isso no rádio e na TV?

Certamente inúmeras.

Ao menos desavisado “mercado” pode parecer codinome de alguém – no caso, tão poderoso que influencia o comportamento das bolsas de valores e as decisões governamentais sobre a economia.

Poder tem, sim – ou tinha, em excesso, na chamada Era FHC de plena financeirização da economia e de sobreposição da usura sobre a produção, bem ao figurino neoliberal então em ascensão no mundo.

Hoje as coisas estão mudando.

Mundo afora, a crise econômica e financeira desencadeada em 2008 levou na enxurrada as verdades absolutas impostas pelo grande capital financeiro.

Assim, cá entre nós, vem em bom momento o anúncio de que a população brasileira continua otimista com o comportamento socioeconômico, apesar do noticiário pessimista semeado pela grande mídia.

O Índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado mensalmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), subiu a 65,2 pontos em agosto, 1,7 ponto superior ao verificado em julho, 63,5 pontos.

Os pesquisadores trabalham com uma escala gradual que considera 65,2 pontos “otimismo” (entre 60 e 80 pontos), um pouco abaixo da faixa de “grande otimismo” (que varia entre 80 e 100 pontos).

O comportamento “moderado” é determinado pelo índice variável entre 40 e 60 pontos.

Diferente do estado de espírito dos senhores rentistas, o IEF é uma sondagem muito mais terra a terra, lastreada na subjetividade e na atitude dos brasileiros captadas em relação a cinco variáveis: a situação econômica nacional, a situação financeira, as decisões de consumo, o endividamento pessoal e o mercado de trabalho.

A medida positiva desse “humor” tem tudo a ver com o atual cenário de crescimento econômico do país em contraste com e sob pressão da crise internacional.

Reflete a melhoria real das condições de existência da maioria dos brasileiros e um grau relevante de confiança no rumo adotado desde o governo Lula, face à crise global, de apoiar-se em nossas próprias potencialidades.

Estivéssemos ainda no tempo em que a economia era governada com o olhar fora do país e inteiramente submetida aos ditames da banca internacional, certamente a população não vislumbraria no horizonte motivos para alimentar otimismo.

Em certo sentido, este é o verdadeiro humor do mercado que nos interessa, sinal de que vai se forjando uma vontade nacional em favor do desenvolvimento que não pode ser contrariada.

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