Com grande pesar, informo o falecimento do empresário pernambucano Aluísio Pontes, um dos donos da Ondunorte Indústrria de Papel.

O empresário, de 90 anos, morreu de complicações cardíacas, em casa.

O corpo está sendo velado neste momento no cemitério Morada da Paz.

Como repórter especial do Jornal do Commercio, tive oportunidade de render homenagem à sua ousadia, investindo em plena crise econômica mundial.

Veja o testo abaixo, publicado em 05.04.2009.

Na contramão da crise, Grupo Ondunorte investe Por Jamildo Melo jamildo@jc.com.br Aos 88 anos, o industrial Aluísio Pontes, uma das legendas da área de papel e embalagens do Nordeste, fundador do Grupo Ondunorte, acredita que a crise econômica é mesmo apenas uma marolinha no Brasil, como disse o presidente Lula, de quem é entusiasta.

Enquanto muitos reclamam das dificuldades conjunturais do momento, há três anos o empreendedor montava uma nova planta industrial em Igarassu, com o objetivo de ampliar a produção e buscar novos mercados.

A construção teve início há três anos e faz parte de uma visão estratégica e de longo prazo do grupo, de olho no crescimento do Nordeste. “As fábricas de porte que operam no Nordeste hoje vem ainda do tempo da Sudene.

Até a nossa unidade aqui em Igarassu é uma empresa que foi financiada pela Sudene, que faliu.

Nós a arrematamos há cerca de 25 anos, a reativamos e modernizamos. É difícil de empreender no Nordeste, mas há futuro para todos”, diz.

No caso, as empresas localizadas na própria região contam com a vantagem de poderem atender mais rapidamente aos clientes, em função da proximidade logística da demanda, tanto das redes de varejo e atacado como das empresas para as quais são fornecedoras de caixas para embalagem.

Em Pernambuco, o mesmo grupo adquiriu em leilão recentemente a antiga fábrica de papel Minerva, em Beberibe.

Agora sob o nome Ciper, a velha papeleira volta à vida.

Tinha cerca de 800 empregados quando fechou.

Nesta primeira fase, com a retomada da produção de caixas, serão 250 empregos.

A produção de papel começa em junho e grupo planeja contratar cerca de 500 pessoas no total.

Com os novos investimentos em Igarassu, a nova unidade, montada no mesmo parque fabril, vai gerar cerca de 390 empregos, onde já são contratados 850 empregados.

A manufatura de papéis sanitários, toalhas de papel e guardanapos do grupo vai passar de 80 toneladas por dia para 150 toneladas.

No caso de embalagens de papelão corrugado (caixas), a capacidade de produção do grupo passará de 150 toneladas para 250 toneladas por dia.

O diretor industrial e financeiro, Saulo Pontes, filho de Aluísio, conta que, a partir dos novos investimentos, a empresa vai fazer papéis sanitários, toalhas e guardanapos top de linha que não são fabricados aqui no Nordeste ainda. “Hoje, atuamos no segmentos de papel higiênico B, C e D.

Agora, teremos condições de dar mas ênfase nos segmentos A e B”, explica.

Os nomes e as marcas dos novos produtos são mantidos em segredo.

Hoje, a Ondunorte defende seus espaços de mercado com as marcas Caprice, Rose, Leve e Novo.

Assim, a Ondunorte vai desafiar os grandes nacionais do setor ao investir em alta tecnologia e oferecer preço acessível.

O que está à disposição hoje nas gôndolas vem do Sul e Sudeste.

Apostando nesta linha de operação, o grupo acaba de receber aval do programa de incentivos do governo de Alagoas para ajudar a retomar uma outra planta industrial da antiga Sudene e que estava paralisada, desde o fechamento da Sudene. “Em aproximadamente dois anos, queremos produzir lá de 250 a 300 toneladas de papel por dia de papel ecológico”, explica Sérgio Pontes, um dos três irmãos que tocam o grupo atualmente. “Aqui não existe a palavra crise.

Aqui se trabalha de domingo a domingo”.

Gilson Pontes e Saulo Pontes são os outros dois.

ENERGIA Uma das preocupações da empresa é a verticalização que vai desde a fabricação do papel à elaboração dos produtos finais em suas mais variadas formas.

A empresa gera vapor usando biomassa de origem própria e de terceiros.

A produção de eucaliptos é produzida em florestas próprias em Sergipe, bem como em áreas próprias em Escada e Bonança, em Pernambuco.

Já há dois anos.

A lógica é a de um seguro.

Se o País voltar a crescer fortemente, a empresa tem onde buscar energia sem atropelos.

Hoje, a indústria recebe energia diretamente da Chesf, em uma linha de 69 KVA.