O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse hoje (31.08) que a presidente Dilma Rousseff “capitulou” ao deixar de lado a “faxina ética” no âmbito do Governo Federal. “Algumas razões levaram Dilma Rousseff a rever sua decisão.

A principal delas foi que, ao buscar restaurar os princípios republicanos na gestão pública, a presidente estabeleceu um paralelo constrangedor entre o seu Governo e o do seu criador e tutor, o ex-presidente Lula”, afirmou o peemedebista, em discurso no Senado Federal. “Espero que a presidente Dilma Rousseff tenha a compreensão de que deixar uma limpeza pela metade pode ser até pior do que não fazer limpeza alguma.” Para Jarbas, “a presidente da República passou a combater o que era a marca de seu antecessor, que liderou – sob a justificativa da ‘governabilidade’ – um verdadeiro assalto aos cofres públicos, baseado na partilha do Governo em benefício de alguns grupos políticos.

Lula foi conivente com a corrupção e, ao não reprimi-la, o ex-presidente estimulou toda sorte de práticas espúrias.

Num cenário no qual a corrupção e a impunidade caminham juntas”, criticou Jarbas Vasconcelos.

Jarbas fez questão de lembrar que foi para evitar um recuo da presidente Dilma que os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) criaram a Frente Parlamentar Contra a Corrupção e Pela Governabilidade. “A base de apoio ao Governo Dilma é artificial, uma colcha de retalhos de interesses conflitantes.

Como eu disse, recentemente, dessa tribuna, é uma herança maldita.

Foi concebida e capitaneada por um presidente que, em seu sonho megalomaníaco, buscava a unanimidade a qualquer preço.

Sem o oxigênio da corrupção, sem moeda de troca da liberação das emendas dirigidas, sem o “toma-lá-da-cá”, fica insustentável a manutenção dessa base fisiológica, fragmentada em dezenas de partidos”, avaliou o senador pernambucano.

Jarbas Vasconcelos avaliou que o Governo Dilma, ao recuar da faxina”, se transformou num mero continuísmo do antecessor. “Dilma tentou criar o contraponto, dar uma marca de seriedade ao seu Governo, mas refugou no primeiro obstáculo.

Não estava preparada para a batalha.

O resultado de tudo isso é que, ao abandonar sua principal bandeira, o Governo se viu perdido.

Não há plano de gestão.

Não vemos medidas estruturantes para enfrentar o estrangulamento de nossa infraestrutura”. “Dilma inaugura agora o Governo de continuidade, é um Governo Lula desarticulado, sem a autopromoção palanqueira.

Dessa forma, a Presidente perde o apoio da classe média tradicional que se entusiasmou com as medidas moralizadoras, e não conseguirá jamais vestir o figurino messiânico de “Mãe dos Pobres”. É um Governo que envelheceu em pouco mais de seis meses”, observou o senador do PMDB.