Por Josenildo Sinesio, especial para o Blog de Jamildo Vereador do Recife - PT Achar uma vaga de estacionamento no Recife é uma batalha diária e antiga de quem trabalha lá e de qualquer pessoa que necessite estacionar o seu carro.
A cidade foi projetada sem o pensamento no desenvolvimento futuro do município.
Na década de 80 circulavam no Estado cerca de 280 mil veículos e já era um prenúncio do que vivenciaríamos atualmente.
Hoje, são 1 milhão e novecentos mil veículos circulando.
A profissão de Flanelinha não é reconhecida na sociedade.
Eles, os flanelinhas, por necessidade de sobrevivência, são obrigados a esse trabalho.
O poder público, nas esferas estadual e municipal, tem que pensar uma forma de regulamentar a profissão.
Impor os limites nas atuações dos flanelinhas do Recife não é tarefa fácil.
Já houve até discussão na Câmara de Vereadores, em 2001, sobre um projeto que pretendia disciplinar a atuação deles nos estacionamentos da cidade, mas até hoje nunca houve uma implantação efetiva, pela prefeitura, de uma política nesse sentido.
O limite entre a legalidade e a ilegalidade nessa atividade é muito delicado.
Não é crime auxiliar motoristas ou pedir dinheiro por isso, mas é ilegal constrangê-los ou ameaçá-los no intuito de receber pagamento por um serviço, não oficializado, e muitas vezes não requerido.
Pela longa história de falta segurança e de estrutura para se estacionar com tranquilidade no Recife, os motoristas se conformaram em pagar para que os flanelinhas executem um serviço muitas vezes desnecessário.
Na verdade, proprietários de carros no Recife têm duas opções: ou se preparam para ter um gasto adicional significativo com a segurança, deixando-os sempre em estacionamentos privados com credibilidade no mercado – que dependendo do bairro são bastante raros – ou vivem em uma constante negociação com os flanelinhas.