O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Humberto Costa (PE), ocupou, nesta segunda-feira (29/08), o plenário para denunciar “ato ilegal” da Revista Veja desta semana.

A revista divulga o que o líder do PT chamou de “ataque à honra das pessoas” e de “informações requentadas”.

Segundo Humberto, informações que teriam sido obtidas clandestinamente, “evidenciou a necessidade de se discutir os limites de iniciativas de órgãos de imprensa danosas à imagem de pessoas públicas”, a partir de “acusações vazias, falaciosas, lançadas a partir de dados que nada expressam”.

Segundo disse, não se trata de cercear a liberdade de expressão, mas sim “pôr fim a eventos em prejuízo aos limites da ética jornalística”.

Reportagem da revista Veja acusa o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, de manter um gabinete paralelo em Brasília, visando influenciar e até conspirar contra o gestão da presidente Dilma Rousseff.

O material mostra encontros de José Dirceu com parlamentares e figuras importantes do governo.

De acordo com Humberto, a revista pode ter cometido pelo menos uma ilegalidade: a tentativa de invasão de domicílio que foi denunciada pela direção do hotel Naoum, onde o ex-ministro se hospeda em Brasília.

Além disso, há suspeitas de que a revista tenha feito espionagem ilegal, grampeando o circuito interno de imagens do hotel ou plantando uma câmera nos corredores. “Sob o falso pretexto de jornalismo investigativo, a revista provavelmente cometeu ato ilegal com a tentativa de invasão de domicilio, conforme será esclarecido em inquérito em curso na Polícia Civil do Distrito Federal”, disse. “A democracia conquistada neste país é um bem precioso, mas ela também vem acompanhada de outros valores: a apuração minuciosa dos fatos, a partir de provas contundentes e de resultados de investigações já feitas, é necessária antes de se lançar qualquer acusação sem cabimento contra qualquer pessoa: homem público, cidadão ou cidadã”, argumentou Humberto Costa.

O líder do PT fundamenta sua suspeita no fato de a revista reproduzir imagens em preto e branco de encontros entre Dirceu e autoridades do governo federal e políticos.

Antes disso, lembra o parlamentar, o repórter que assina a matéria tentou por duas vezes invadir o apartamento do ex-ministro.

Conforme seu relato, no primeiro episódio, o repórter disse que à camareira que estava hospedado no apartamento de Dirceu e havia perdido sua chave.

Atenta, a camareira desconfiou da história e denunciou o caso à direção do hotel.

O repórter, que estava hospedado em uma suíte vizinha, deixou o estabelecimento. “Voltou, em seguida, e identificou-se como representante da prefeitura de Varginha.

Alegando ter documentos importantes para entregar a José Dirceu, tentou novamente infiltrar-se no apartamento”, relatou Humberto.

E ressalta que a direção do hotel registrou ocorrência policial denunciando a nova tentativa de invasão. “Esperamos que a revista procure se pautar pela boa conduta do jornalismo ético em respeito aos princípios democráticos brasileiros e que atos como esses não voltem a se repetir”, concluiu o líder petista A matéria publicada pela Veja neste fim de semana afirma que, em um “gabinete paralelo”, José Dirceu despacha com parlamentares e figuras importantes do governo Dilma Rousseff e teria o objetivo de conspirar contra a gestão da presidente.

Com Agência Senado