Para levantar a situação do Programa Nacional de Iluminação Pública no Recife (Reluz), que se propõe a modernizar o sistema de iluminação nas ruas da cidade, a vereadora Aline Mariano (PSDB) realizou audiência pública na manhã desta quarta-feira, no plenarinho da Câmara Municipal do Recife. “Chegaram informações de que as contas da Prefeitura não batem com os quadros da Concessionária de Energia de Pernambuco, Celpe. É preciso que se esclareça melhor o Reluz e que a prefeitura diga o que ainda falta fazer”, observou, na abertura do encontro.

Orçado em R$ 35 milhões ainda na gestão do ex-prefeito João Paulo, o projeto contempla a troca de 61.146 pontos de lâmpadas num total dos 96.349 existentes nas ruas, praças e logradouros do Recife. “Segundo o quadro que serve de base para pagamento da conta de energia de iluminação pública, quase a totalidade do Recife já estaria dentro dos critérios do Programa Reluz.

Fazendo as contas, estariam de fora apenas 5.556 pontos da cidade.

Pelo que percebemos, o programa está quase na sua totalidade executado.

Ora, a cidade deveria estar bem iluminada e economizando energia elétrica”, questionou a vereadora Aline Mariano.

A representante do Ministério Público, Liliane Fonseca Lima, acrescentou críticas à Prefeitura do Recife dizendo que a iluminação da cidade deixa a desejar e criticou a falta de uma previsão na redução da taxa de iluminação pública para o consumidor.

Estiveram presentes na audiência pública os vereadores Luiz Eustáquio (PT), líder do governo na Câmara e Amaro Cipriano Maguary (PTB).

A mesa dos debates foi formada pelo engenheiro Eduardo Jatobá, representando a Chesf; Luiz Antônio Ciarlini Souza, representando a Celpe; o secretário de Serviços Públicos da PCR e presidente em exercício da Emlurb, José Eduardo Santos Vital; o engenheiro Anderson Souza Rosal, representando o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (CREA); a defensora pública Liliane Fonseca Lima e o auditor Aluizio Dantas, representante do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O secretário José Eduardo Santos Vital negou que o Reluz já esteja quase finalizado, mas argumentou que está em implantação. “Estamos cumprindo todas as metas, apresentando os relatórios às operadoras e vamos cumprir nossos prazos”, disse.

A execução do projeto começou em março deste ano e já foram substituídas as lâmpadas em mais de 10 mil pontos.

Em setembro, segundo ele, a abrangência será de até 19% da meta, que é 61.146.

A conclusão está prevista para março de 2012. “A nossa pretensão é, depois desse primeiro Reluz, fazer a expansão do projeto e cobrir toda a cidade. É tanto que já estamos até pensando em nos candidatar ao Reluz 2 para trocar toda a iluminação pública da cidade”, disse.

Segundo Eduardo Vital, a Prefeitura e a Celpe estão fazendo um ajuste de cadastros para ficar com dados de iluminação do Recife iguais e evitar distorções.

O Reluz é um projeto prevê a substituição das lâmpadas do tipo fluorescentes e outras menos eficientes por lâmpadas de vapor de sódio, que são mais econômicas, com maior durabilidade e garantem amplo poder de iluminação.

Ele também permite a troca dos equipamentos antigos por outros modernos e com garantia.

A expectativa é que o custeio com manutenção e com energia elétrica seja reduzido pois a substituição permitirá uma diminuição de 40% do consumo público.

A prefeitura tem uma despesa anual de cerca de R$ 26 milhões com iluminação pública.

O engenheiro Eduardo Jatobá, representante da Chesf, ressaltou a importância do Reluz que, além de garantir a economia da energia elétrica, traz benefícios sociais. “Os benefícios decorrentes da implantação são os mais diversos, que vão desde o favorecimento à segurança pública, pois está comprovado que as áreas com maior cobertura de iluminação reduzem os índices de violência; melhoria da imagem do município e das condições noturnas; redução do custo com manutenção e energia elétrica na iluminação pública; minimização dos impactos ambientais decorrentes dos novos empreendimentos energéticos e contribuição para o desenvolvimento sustentável”, disse.

Com informações da Câmara Municipal do Recife