Caro Jamildo, leio no seu blog, que alguns deputados estaduais começam a se pronunciar sobre a prorrogação das concessões do setor elétrico brasileiro.

Na última legislatura iniciei uma mobilização na Alepe para criar uma frente parlamentar favorável à prorrogação.

Desejava, e espero que isto aconteça na atual legislatura, fazer um movimento para que as concessões atualmente em poder da Chesf permanecessem com a empresa nordestina pois sem isso ela poderá simplesmente fechar as portas, deixando ao relento mais de 5 mil nordestinos que pertencem a seus quadros ou a empresas que trabalham com a Chesf.

Sabemos que a Chesf já sofreu um duro golpe a partir da decisão do presidente Lula, corroborada pela presidente Dilma, de fortalecer a Eletrobrás levando para a estatal federal a quase totalidade dos lucros da nossa principal estatal nordestina.

Não me causa estranheza que tenha surgido de Paulo Skaf, ex-presidente da Federação das Industrias de São Paulo, o movimento pela não prorrogação das concessões e entendo que os deputados favoráveis ao que ele tem dito, como é o caso do companheiro Tony Gel, talvez não estejam devidamente informados sobre o assunto.

No Rio Grande do Sul já existe desde o ano passado uma Frente Parlamentar na Assembléia do Estado em defesa da prorrogação.

Lá, como aqui, temos estatais fortes no setor elétrico que dependem, para funcionar, de manter o controle da produção e distribuição de energia.

Não concordo com o que diz Skaf que alega a necessidade de leiloar o processo de produção e distribuição de energia para baratear a conta de luz.

Nós sabemos que há muitos fatores que fazem com que a conta de luz dos brasileiros seja alta.

Inclusive e sobretudo a alta carga de impostos cobrados.

Em Pernambuco, por exemplo, levantamento que realizamos mostra que quase 50% do que se paga de energia por mês vai direto para os cofres públicos federal e estadual.

O ICMS por exemplo representa 25% do valor total da conta.

O buraco, portanto, é mais embaixo.

Tenho certeza de que um debate realizado na Alepe sobre o assunto e com a participação de funcionários da Chesf irá esclarecer muita coisa e espero que a luta pela prorrogação das concessões ganhe força a partir deste debate.

Um grande abraço