Do Jornal do Commércio Reconduzido à presidência regional do Democratas (DEM), o deputado federal Mendonça Filho assume, a partir de hoje, a coordenação dos trabalhos da Mesa da Unidade, obedecendo ao rodízio firmado entre os líderes dos partidos da oposição: PMDB, PSDB, PPS, PMN, além do DEM.
Essa é a estratégia para que todos possam participar, efetivamente, das ações, evitando que a responsabilidade se concentre em uma pessoa ou legenda. É nessa condição que o ex-governador comanda hoje, às 9h, a reunião semanal da oposição na sede do PSDB, para definir a agenda de atividades de fiscalização das ações do prefeito do Recife, João da Costa (PT), como já ocorreu, por exemplo, em escolas das Zonas Norte e Oeste da Cidade.
O desafio de Mendonça Filho é mobilizar os aliados para que permaneçam unidos.
Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2012, a oposição precisa construir um discurso consistente para atrair apoio político e conquistar a opinião pública, se quiser retomar a PCR, que perdeu para o PT desde 2000.
Escolas, policlínicas, áreas de morro e grandes avenidas serão alvos dos integrantes da Mesa da Unidade ao longo deste ano.
As vistorias surpresas são uma das estratégias da oposição para confrontar a administração petista.
A tática pode até dar resultado, mas se repetir experiências anteriores tem tudo para ser apenas um jogo de cena com poucos efeitos práticos.
Em 2009, numa ação coordenada pelo DEM nacional, Recife recebeu a Caravana da Cidadania, que fiscalizava ações financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A iniciativa tinha como alvo a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT).
Foram feitas blitzes em diversos pontos da cidade com participação de lideranças do DEM.Apesar do verniz nacional “o objetivo era abalar a popularidade do ex-presidente Lula e de Dilma, que ficou conhecida como a “mãe do PAC” - a iniciativa atendia aos interesses dos oposicionistas locais, com ataques também à gestão de João da Costa.
As caravanas não duraram muito e a meta final não foi alcançada, já que um ano depois Dilma foi eleita presidente.
A estratégia da blitz surpresa já foi utilizada pelos oposicionistas no Estado, também sem muito sucesso, haja visto o alto índice de popularidade do governador Eduardo Campos (PSB).
No início deste ano, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa tentou retomar a iniciativa para apontar falhas na gestão socialista, mas ficou na teoria.
Os parlamentares alegaram incompatibilidade de agendas para cancelar o projeto.