Segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) as fortes chuvas que têm caído em toda a área metropolitana são para o comércio uma dificuldade maior até que os impostos.

A concorrência enfrentada e a inadimplência também são problemas sérios, mas bem menores que os causados pelas chuvas.

Para 31,8% dos empresários e gerentes do comércio as chuvas constituíram até agora em 2011 o principal problema enfrentado, superando em dez pontos percentuais os 21,8% registrados para impostos.

A concorrência aguçada foi citada por 12,8% dos entrevistados como a dificuldade maior, um ponto percentual acima dos 11,8% referentes à inadimplência. “As medidas de contenção ao crédito parece que pouco afetaram o varejo de forma direta”, ressalta o consultor da Fecomércio, José Fernandes de Menezes.

Somente 3,5% dos entrevistados as consideram o problema principal, um valor próximo ao registrado para segurança, informalidade e as vendas através da internet.

Estacionamento e feriados são dificuldades consideradas ainda menores, especialmente os últimos.

Quando os dados são analisados separadamente, nos dois espaços pesquisados, surgem algumas diferenças relevantes.

A principal delas é que para os shoppings os impostos são um problema maior que as chuvas.

Mesmo assim estas continuam como uma dificuldade grave, citadas em quase 22% das respostas, contra 27,7% de citações dos impostos .

Presença da concorrência e inadimplência continuam nas terceiras e quarta posições, mas, nos shoppings a concorrência se apresenta como uma dificuldade maior que a inadimplência. “As vendas pela internet e o crédito também são dificuldades de menor relevância nos shoppings, mas são mais importantes que nas áreas de comércio tradicional.

Em contrapartida, nessas áreas a segurança constitui uma dificuldade mais relevante”, explica o consultor da Fecomércio, Luiz Kehrle.

As dificuldades causadas pelas chuvas são substantivas no Recife e outras cidades da área metropolitana.

Em Jaboatão dos Guararapes são apontadas como o maior problema por 34,3% dos empresários e gerentes, contra cerca de 26% no Recife.

Em ambas os impostos ocupam a segunda posição, embora no Recife os dois problemas quase se equivalham.

Inadimplência e concorrência aparecem logo em seguida.

Em Jaboatão o crédito é referido como o problema mais grave por 7,5% dos respondentes, um percentual muito superior aos 2,2% registrados na cidade do Recife.

Outra diferença entre as duas áreas é que o comércio informal, citado por quase 4% dos entrevistados em Recife não aparece como problema em Jaboatão.

A Fecomércio/PE ouviu 289 empresários e gerentes no final de julho, 170 nas áreas de comércio tradicional e 119 nos shopping centers.

As entrevistas foram realizadas nos ramos de Vestuário, Calcados/Acessórios, Eletroeletrônicos, Supermercados, Jóias/bijuterias, Perfumes/cosméticos, Informática e celular, equipadoras de veículos e cine-foto-som-otica.