Do Jornal do Commercio Ao cobrar explicações à senadora e ex-ministra do Turismo Marta Suplicy (PT-SP) esta semana sobre as denúncias de corrupção na pasta, o deputado federal e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, colocou Pernambuco no foco de mais essa crise do governo federal. “No Estado, algumas festas receberam dinheiro do ministério e não foram realizadas.

Aquele foi um caso grave”, disse.

Ontem, ao ser questionado pelo JC se a operação realizada pela Polícia Federal poderia envolver o nome de políticos e técnicos pernambucanos com ligação à área do turismo, o deputado federal foi menos contudente. “Não sei até onde essa crise se estende, até onde vai.

Temos que acompanhar”, disse.

As declarações dadas por Sérgio Guerra referem-se às denúncias feitas pela bancada estadual de oposição em 2010, e publicadas na época pelo JC, de que houve shows-fantasma no Estado.

Na época, a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), o Ministério do Turismo e a Polícia Federal foram notificados pelo Ministério Público Federal sobre as investigações de festas e eventos que, mesmo com a verba federal, ainda não tiveram andamento.

Na época do escândalo dos shows-fantasma, o deputado federal Augusto Coutinho (DEM) ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa e foi um dos parlamentares de oposição que estavam à frente das denúncias.

Embora inicialmente não veja ligação entre a Operação Voucher, realizada este mês pela Polícia Federal, e o caso envolvendo a Empetur e o Ministério do Turismo, ele vai monitorar o processo. “Agora, trata-se de desvio de verba para um ONG e o link me parece diferente.

Mas de qualquer maneira vou mobilizar minha equipe para averiguar se há relação com o Estado”, contou.

Por conta das denúncias feitas pelos deputados da oposição envolvendo superfaturamento de cachê e shows-fantasma dos projetos Festejos Natalinos e Verão Pernambuco, ambos de 2008, os então secretário de Turismo de Pernambuco, Sílvio Costa Filho (PTB), e o presidente da Empetur, José Ricardo Diniz, deixaram o governo do Estado.

Silvio Costa Filho retomou o mandato de deputado estadual e no final do ano passado foi reeleito para o cargo.

Já Diniz chegou a ter os bens bloqueados e o sigilo bancário quebrado.

A decisão da Justiça também valeu para o ex-superintendente administrativo e financeiro da Empetur, Elmir Leite de Castro, e para Walter Henrique Cavalcanti Malta, Márcia Roberta Alves Paiva e Simone Cibelle da Silva Souza, donos das produtoras Walter Show, MR Produções e Yavé Shamá.

As empresas se tornaram alvo das investigações.