Em palestra proferida na tarde desta quinta-feira (11.08), o economista e deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE) afirmou que o País, apesar da recente crise mundial nos EUA e Europa, apresenta boas perspectivas de crescimento econômico em médio e longo prazos.

Para Eugênio, o momento é de atenção e deve ter reflexo no Brasil, entretanto, ressalta que o atual cenário da economia nacional traz conforto, pois é sustentada na implementação de políticas públicas de cunho econômico e social, que permitiram ao país um crescimento com sustentabilidade, distribuição de renda e inclusão social.

Sob o tema “Os Rumos do Desenvolvimento Econômico do Brasil no governo Dilma Rousseff”, a palestra fez parte das comemorações do Dia do Economista, a ser celebrado dia 13 de agosto, e compôs um dos painéis de seminários promovido pelo Conselho Regional de Economia de Pernambuco (CORECON-PE), no auditório do Banco Central.

Durante sua apresentação, Pedro Eugênio reforçou que a atual estrutura do mercado interno brasileiro é essencial para atravessar “possíveis turbulências externas”.

Exemplificou ao citar o crescimento de 1,3% do PIB (principais riquezas produzidas no país), no 1º trimestre de 2011, em relação ao trimestre anterior, o que demonstra uma economia em ritmo sustentável. “O investimento continua como principal determinante do crescimento econômico”, disse.

Segundo o IBGE e Ministério da Fazenda, no primeiro trimestre de 2011, a formação bruta de capital fixo registrou expansão de 17,1% no acumulado em quatro trimestres, enquanto o PIB cresceu 6,2% na mesma base de comparação.

Por outro lado, segundo o deputado, o Brasil apresenta outros pontos positivos em sua economia que compõem o cenário otimista.

Cita entre os quais, a adoção de políticas de valorização real do salário mínimo; regime tributário diferenciado para as micros e pequenas empresas, através do Simples; ampliação e concessão de crédito para agricultura familiar por meio do Pronaf; o Bolsa Família, além da ampliação e crédito de longo prazo às empresas brasileiras através de instituições como o BNDES, Caixa, BNB e BASA, o que criou condições ao avanço do investimento privado voltado para o mercado interno. “Ao encontro dessas políticas já em curso temos a ampliação e sistematização do investimento público, através do PAC, além da inclusão social na educação, com novas universidades e extensões em todo o país”, acrescenta Pedro Eugênio.

Desafios na atual conjuntura Na opinião do deputado, alguns desafios devem ser enfrentados pelo governo federal, caso a crise internacional se tornar “crônica”.

Ele cita alguns caminhos a serem travados pelos gestores da economia, por exemplo, diversificar o leque das exportações, combater a entrada de capital especulativo, ações antidumping, Fundos Soberanos aplicados em ativos financeiros no exterior em áreas de interesse estratégico e de baixo risco, controle do mercado de capitais, fortalecer o mercado interno com atenção à agricultura familiar.

No campo da agricultura familiar, Eugênio foi mais enfático ao sugerir medidas que modernizem e revolucionem os assentamentos rurais. “O atual modelo é fraco, não corresponde às necessidades.

Precisamos incrementar o acesso no campo às novas tecnologias.

Temos o arcabouço institucional, porém instituições como os INCRAS devem deixar de executar um papel meramente burocráticos”, defendeu.

Ao finalizar sua apresentação, Pedro Eugênio lembrou também que o atual momento de crise mundial cria oportunidade para o Brasil de reduzir a taxa de juros básica. “Não existe defesa de termos índices de juros tão altos.

Temos uma economia sustentável.

Devemos aproveitar esta crise e ajustar rapidamente os juros básicos”, complementou.