As negociações com a Fiat começaram em meados de 2010, mas em setembro daquele mesmo ano, no auge da campanha eleitoral, em que buscava a reeleição, contra o desafeto Jarbas Vasconcelos, o governador Eduardo Campos teve a certeza de que os caminhos estavam traçados, satisfatoriamente.

No entanto, faltava a MP garatindo os benefícios fiscais para a montadora.

A estratégia foi o silêncio absoluto.

Não caiu na tentação de colocar o assunto na rua (até para evitar o boicote de estados produtores e concorrentes da marca).

Em um clara evidência de que o segredo é a alma do negócio, o governo se gaba de que a MP começou a tramitar e ninguém sabia do que se tratava, realmente (a extensão do regime especial de incentivos).

O ministério da Fazenda era contra, por envolver renúncia fiscal, mas Lula mandou fazer e Dilma depois confirmou. “Por tudo isto, Eduardo ficou que não cabia em si porque sabe que fez história”, conta um aliado.

Com a eleição presidencial indo para o segundo turno, depois do susto que Dilma passou no primeiro turno, a avaliação, naquela época, era de que o espaço para construir a solução ficou menor.

A MP acabou saindo no dia 28 de novembro daquele ano.