Embora seja um investimento privado, a Fiat contava com a obtenção de incentivos fiscais, que dependiam de aval da Fazenda e assinatura presidencial.

No caso, os executivos da empresa italiana apostaram suas fichas na capacidade de articulação do governador Eduardo Campos, que havia sido ex-vice-lider do governo Lula e que também contava com bom relacionamento no Congresso Nacional.

O acesso a Lula serviu para pedir o apoio para o projeto de extensão dos incentivos fiscais.

Já a experiência com o Legislativo foi útil para fazer andar a MP no Congresso Nacional, sem polêmica nem solavancos.

Com a eleição presidencial indo para o segundo turno, depois do susto que Dilma passou no primeiro turno, a avaliação, naquela época, era de que o espaço para construir a solução ficou menor.

A MP acabou saindo no dia 28 de novembro daquele ano.

E só se spube dela publicamente quando o próprio governo do Estado fez o anúncio oficial da atração do empreendimento.

O desafio agora é botar para moer, costuma dizer o governador.

No governo do Estado, a conta que se faz agora é otimista ao extremo.

Com todos os projetos, Fiat incluída, o PIB do Estado de 2020 será o dobro do PIB de 2006, segundo as projeções oficiais.

No ano que vem, a refinaria de Suape já estará operando e a transnordestina também chegará a Suape, antes mesmo do que o Ceará, que enfrentou problemas com desapropriações.

Terreno Apesar da certeza de que a Fiat viria, o governador Eduardo Campos sempre teve em conta que, se Betin tivesse pelo menos mais 300 hectares de terreno disponível, a unidade local poderia ser adiada.

O problema é que lá não cabe mais nada.

A localização em Suape acabou sendo preterida em função da falta de integração entre as unidades do projeto.

A empresa começou a analisar a opção Goiana no dia em que um grupo de consultores e economistas anunciou um plano de exploração na Mata Norte.