“A Zona da Mata era uma região que há mais de 50 anos era esquecida e, graças a esse empreendimento e com o esforço do governador Eduardo Campos, hoje todos nós estamos felizes em receber a Fiat.

Agora podemos dizer que ela é nossa”, comemorou Henrique Fenelon, prefeito de Goiana.

Pelo menos no papel, na apresentação oficial, a Fiat promete que irá capacitar e utilizar em larga escala pessoas da própria região.

O prefeito de Goiana garantiu que o município também dará sua contribuição para atender a demanda de qualificação gerada pela Fiat. “Nós vamos capacitar as pessoas para que elas não fiquem na arquibancada esperando o progresso passar”, garantiu Henrique Fenelon.

Para garantir a mão de obra pernambucana no novo complexo fabril da Fiat, o Governo do Estado já definiu um conjunto de iniciativas que preveem a capacitação dos moradores de Goiana, das cidades circunvizinhas e também dos estudantes das escolas públicas e das universidades pernambucanas.

O governador Eduardo Campos anunciou que 22 mil vagas para cursos de formação serão ofertadas através do Programa Novos Talentos, uma parceria com o Sistema S para os estudantes das escolas públicas e técnicas do estado.

As inscrições serão realizadas ainda este ano em data que será posteriormente divulgada.

Outra medida já tomada foi o convênio firmado em março entre a Fiat e o Governo do Estado para que estudantes de engenharia das universidades públicas pernambucanas sejam treinados nos centros de desenvolvimento da Fiat em Turim, na Itália.

Para o governador, o novo projeto da Fiat pernambucana garantirá um crescimento mais equilibrado do estado. “O importante é que ela ficou em Pernambuco e que cresceu.

Na hora que um investimento desse porte chega ao litoral norte a gente vai consolidando um equilíbrio espacial de crescimento, além de animar uma outra parte do estado onde vivem pernambucanos e pernambucanas que têm sonhos e direitos”, disse Eduardo.

Decisão empresarial A mudança na localização foi uma decisão estratégica da empresa italiana após um período de análises de engenharia, topografia e sondagem das áreas, que apontaram melhores condições técnicas em Goiana.

A escolha do município também vai possibilitar ao Governo do Estado uma economia de cerca de R$ 200 milhões que seriam investidos na terraplenagem do terreno de Suape que estava reservado para a fábrica.

A troca de endereço permitirá ainda uma maior integração do complexo automotivo da empresa, que reunirá num só lugar: montadora, sistemistas, pista de testes, campo de provas, centro de capacitação e treinamento, além do centro de pesquisa e desenvolvimento.

Para Belini, essa integração “vai dar mais sinergia e competitividade ao produto”.

O centro logístico da Fiat será mantido em Suape.

O Governo do Estado já está trabalhando para garantir a instalação de fornecedores no complexo automotivo da Fiat.

A previsão inicial era de que 30 a 40 empresas sistemistas se instalassem no polo.

Mas o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, garantiu que “a presença da Fiat atrairá cerca de 100 empresas fornecedoras gerando 50 mil empregos com carteira assinada até 2014”.

O secretário adiantou que três empresas do setor automotivo já assinaram protocolos de intenção com o Governo do Estado.

Desenvolvimento regional O polo industrial que seria construído em Suape vai se instalar na cidade de Goiana e receber R$ 4 bilhões em investimentos ao invés dos R$ 3 bilhões previstos anteriormente.

A mudança de endereço deu mais espaço à nova Fiat que agora vai ocupar uma área plana e contínua de 14 milhões de m2 (o equivalente a 1.400 campos de futebol) ao invés de três terrenos, que juntos somavam uma área de 4,4 milhões de m2.

O novo espaço fica às margens da BR-101, nas terras da Usina Santa Teresa, a 5 km da entrada do distrito de Tejucupapo.

As obras de construção do complexo fabril terão início no final deste ano e a conclusão está prevista para março de 2014.

Maior também ficou o número de empregos que serão gerados.

A oferta pulou de 3,5 mil para 4,5 mil oportunidades.

A expectativa da empresa é de que, em médio prazo, todas essas vagas sejam preenchidas com mão de obra local. “Nosso objetivo é que toda fábrica seja gerida por pernambucanos”, afirmou Belini.

Com mais investimentos, mais espaço e mais gente trabalhando, a produção de carros também será ampliada.

Em Suape a previsão era fabricar 100 mil a 200 mil veículos/ano, enquanto em Goiana a Fiat terá capacidade para montar até 250 mil unidades/ano.