Por Helder Lopes Pernambuco vive hoje um dia histórico.

Foi anunciada oficialmente na manhã desta terça-feira (9) a conclusão dos estudos para a instalação do complexo industrial automotivo da Fiat no estado.

O governador Eduardo Campos e o presidente da Fiat na América Latina, Cledorvino Belini, em entrevista coletiva no Palácio do Campo das princesas apresentaram o projeto e a planta desse investimento de 4 bilhões na cidade de Goiana, Zona da Mata Norte.

Numa área de 14 milhões de metros quadrados será erguido o primeiro complexo automotivo de Pernambuco; terreno que será dividido entre a fábrica, o pólo de fornecedores, o pólo de desenvolvimento tecnológico e campo de prova.

Inicialmente prevista para se instalar em Suape, a Fiat não abandou de todo a idéia, e lá manterá o centro logístico da empresa, de onde sairão os veículos produzidos no estado para todo o país.

Os motivos para ter-se optado pelo Estado foram as condições logísticas e a orientação “desenvolvimentista” adotada por Pernambuco, segundo Belini.

Além das condições geográfica estratégica, pois situa-se exatamente no meio da Região Nordeste.

Já o governador Eduardo Campos foi mais enfático em sua justificativa: “Crescer é a vocação dessa empresa, e crescer é a vocação desse Estado”, falou orgulhoso o governador.

Visivelmente satisfeito com o anuncio que se fazia, o governador vibrou ao ouvir de Belini que a empresa fará de tudo para garantir que 4.500 empregos gerados sejam ocupados por pernambucanos, desde os mais altos cargos de gerência aos mais diretamente ligados à produção.

A fábrica terá sua construção iniciada até o final do ano e espera-se que começe a funcionar em março de 2014, porém, o presidente da instituição fez questão de deixa claro uma coisa: “A fábrica já começou!”, esclareu dizendo que há muito se pesquisa e mapeia o estado para dar início à produção.

Tanto começou que já cresceu.

O investimento previsto incialmente para a instalação e produção em Suape era de 3,2 bilhões e geração de 3,5 mil empregos, agora, a planta já foi ampliada, bem como o investimento e o número de empregos.

Segundo o secretário de desenvolvimento econômico do estado, Geraldo Júlio, essa é uma tendência das empresas que vêm à Pernambuco. “A Kraftfoods aumentou em 100% seu projeto inicial de investimento; a Guerdau 40% e a Votorantim fez mais um investimento de 320 milhões.

A Fiat não é diferente, antes mesmo da inauguração já se fala em ampliação e mais geração de empregos”, disse o secretário.

A medida pode parece ser precipitada, pois uma nova crise econômica mundial parece imanente.

Porém, quanto a esse tema o presidente da Fiat na América Latina, Belini, não titubeia. “Crises como essa não nos afetarão, porque crises são passageiras”, assegurou confiante.

Capacitação Para que os empregos gerados pela Fiat sejam ocupados pelos pernambucanos, a empresa firmou acordo mediado pelo governador Eduardo Campos com as três universidades públicas do estado e o Intituto Politécnico de Turim, na Itália, onde serão capacitados 50 jovens engenheiros.

Além das oportunidades de capacitação para os funcionários que ocuparão outros níveis de envolvimento na empresa, à exemplo do ocorreu na fábrica em Minas Gerais, onde através do Instituto Árvore da Vida, programa social desenvolvido pela Fiat, pessoas das comunidades dos arredores da indústria que se envolvem diretamente na produção criaram corporativas que prestam serviço à própria empresa.

Meio Ambiente A Fiat além dos empregos e da renda que gerará para o estado, pode ser também um exemplo de indústria ambientalmente responsável.

Sendo projetada com arquitetura inovadora, a fábrica aproveitará a luz solar para iluminar e gerar energia para a produção, além reaproveitar 100% dos resíduos sólidos e 99% da água utilizada na produção.