O prefeito de Petrolina apontou, no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, uma série de contradições do governador Eduardo Campos, ao ser questionado sobre a reação do governador à polêmica da municipalização dos serviços da Compesa.
Petrolina quer cuidar da área.
Eduardo é contra e criticou a iniciativa, contrariando o prefeito.
Lóssio, aliado de Jarbas, aproveitou o programa para fazer duas críticas.
No ar, o político apontou que a Compesa opera com uma superhávit de R$ 2 milhões na cidade e que esses recursos poderiam ser usados para que Petrolina tivesse um sistema de abastecimento de primeiro mundo. “Se a Compesa é tão eficiente, porque não resolve o problema de abastecimento da Região Metropólitana do Recife.
O que eles investem aqui a maioria é de recursos do Tesouro, não é estadual”, observou. “Se eles não cuidam do terreiro deles, como vão poder cuidar do terreiro dos outros”, gracejou, numa referência aos recursos que a empresa busca com a iniciativa privada, em um projeto de PPP.
Lóssio também lembrou que a Compesa é uma das cinco piores empresas de saneamento do Brasil e que até aliados do governo reclamam dos serviços da empresa.
Por fim, Lóssio ainda envolveu o nome do ministro FBC. “Essa luta não é minha, é de Petrolina.
Fernando Bezerra Coelho encampou esse projeto, quando era prefeito”.
Ao ser provocado por Geraldo Freire, que pediu a Lóssio uma resposta ao que disse Eduardo Campos (a municipalização seria uma iniativa eleitoreira), o prefeito começou dizendo que respeitava a opinião do governador, mas ao mesmo tempo observou que Pernambuco estaria ficando um local preocupante, por não admitir contraditório. “Não pode existir democracia só de um lado.
E Pernambuco está começando a ter muita lagartixa, só balançando a cabeça para o poder”, afirmou, numa possível referência a políticos que aderiram ao governo em busca da sombra generosa dos cargos públicos e verbas oficiais.
Antes de lembrar que o próprio Eduardo Campos defendeu a municipalização, ao lado de FBC, no governo Jarbas, Lóssio citou duas situações. “O governador defendeu a (volta da) CPMF.
Quando viu a reação ruim, ele voltou atrás”.
No ataque ao governador, Júlio Lóssio usou as estradas também. “Mais recentemente, o governador questionou as estradas.
Alegou que era por conta da privatização da Celpe.
Como é que ele ainda fica falando disto, meu Deus.
Foi no governo de Miguel Arraes que eles enviaram o projeto de privatização.
As estradas precisam ser consertadas, as pessoas não estão preocupadas com isto. “Aqui em Petrolina, quando se chega pelo aeroporto, há um trecho esburacado.
Pega mal para o município, mas a estrada é estadual.
A culpa é dele, eu já pedi uma conserva com o DER, pelo jeito vou ter que acionar o Estado, porque se seu investir dinheiro municipal seria improbidade administrativa.
Por mim, eu já tinha consertado”, bateu, antes de finalmente chegar na questão dos recursos hídricos e de abastecimento. “Há pouco tempo eles defendiam a municipalização, quando Jarbas era governador.
Aliás, se Jarbas comenteu um erro, foi este, de não permitir a municipalização.
Agora, (Eduardo), quando está no poder, mudou de ideia”, apontou.
Ouça no áudio abaixo.