Fotos: Aluísio Moreira / SEI / Divulgação RECEPÇÃO Como Eduardo Campos está viajando, o vice João Lyra recebeu Dilma em Petrolina Por Daniel Guedes, enviado especial JUAZEIRO, Bahia - A visita da presidente Dilma Rousseff (PT) foi rápida - do meio da tarde ao início da noite desta sexta-feira (5) -, mas rendeu uma série de comentários, críticas, promessas e momentos de irritação com os jornalistas.

A chegada da presidente estava prevista para as 14h30, mas somente às 15h55 seu avião tocou o solo de Petrolina (PE), cidade vizinha a Juazeiro.

Ao chegar, Dilma concedeu entrevista a duas rádios locais.

Foi a primeira vez que falou sobre a demissão de Nelson Jobim, desde a saída dele do Ministério da Defesa, na noite de quinta-feira (4).

Para a petista, o agora ex-ministro é uma página virada. “Reconheço o grande trabalho que ele deu ao País, a contribuição nas questões da Defesa.

Infelizmente esgotamos uma etapa, viramos a página e estamos com o ministro Celso Amorim e tenho certeza que vai continuar o trabalho e acrescentar um reformço especial”, afirmou.

Dilma fez questão de elogiar Celso Amorim, seu novo titular da Defesa. “Acho que esse assunto é muito fácil de ser entendido pela população.

O ministro Celso Amorim assume o Ministério da Defesa porque já deu mostra de ser um brasileiro muito dedicado ao Brasil.

Ele é responsável por uma política externa independente, de compromisso com o Brasil, que bota o Brasil no mesmo patamar de qualque país.

O ministro Celso Amorim tem todas as condições de ser um ministro da Defesa e por isso o indiquei”.

Durante a entrevista, Dilma falou da Transposição do Rio São Francisco e aí aconteceu o primeiro episódio de irritação com um dos jornalistas a conduziam a conversa. “Meu querido, a transposição não está parada!

Você vai me desculpar, mas não está parada”.

Depois, ela admitiu que “algumas parcelas” estão com obras interrompidas.

No início da semana, o ministro da Integração Nacional, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho, afirmou que cinco dos 16 lotes da obra estão completamente paralizados e em outros três o ritmo é considerado lento.

Dois lotes são tocados pelo Exército.

Em outro momento da entrevista, quando Dilma falava das 1.500 moradias que veio inaugurar em Juazeiro.

Quando Dilma falava das unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, que têm 44 metros quadrados cada, um repórter chamou as unidades de “casinhas”. “Você é quem está dizendo.

Imagino que sua casa seja grande”, disse a presidente.

E continuou: “o povo brasileiro não tinha nem casinha.

Morava em casa de papel, em palafita”.

Já no palco armado no terreno onde estão os condomínios, Dilma procurou assemelhar seu discurso ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que costumava atacar seus antecessores. “(Os governos anteriores) olharam as pessoas como se fossem números.

Não olharam as pessoas mais pobres deste País como sendo, primeiro, capazes.

E se (as pessoas) tiverem uma oportunidade, elas transformarão este País.

Olhamos essas pessoas como sendo a base da riqueza deste País. É a esta riqueza que este programa Minha Casa, Minha Vida se dirige”, disse num momento mais político de sua fala.

PROMESSAS - Tanto na entrevista às rádios, quanto em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff fez uma série de promessas.

Primeiro, afirmou que até o final de seu governo irá construir dois milhões de habitações no programa Minha Casa, Minha Vida.

Segundo ela, até o final do governo Lula, um milhão de moradias tinham sido contratadas ou estavam em processo de construção. “Vamos construir no mínimo dois milhões (de casas).

Então, prefeito (Isaac Carvalho, PCdoB), vão ter outras rodadas, vão ter outros residenciais nos próximos anos para a gente estar aqui inaugurando”.

E depois continuou: “Queremos um País de classe média.

Mas não para uns e outros não.

Queremos classe média para todos”, afirmou evocando programas sociais como o Brasil Sem Miséria.

Pressionando Fernando Bezerra Coelho, Dilma disse que até a metade de setembro lançará o Programa de Irrigação Nacional, mas não entrou em detalhes da promessa.

A presidente também se comprometeu a tirar do papel o projeto de uma hidrovia no Rio São Francisco, tornando navegável o trecho entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), no limite com Petrolina (PE). “Vamos investir R$ 150 milhões para que este trecho seja completamente navegável.

Com isso vamos dar uma nova chance à população ribeirinha”, afirmou.

Ela ainda prometeu outras duas hidrovias: a do Mercosul e a Paraná-Tietê.

Ainda na seara das promessas, Dilma garantiu 750 mil cisternas até o final do próximo ano. “Serão cerca de 350 mil cisternas este ano e o resto no ano que vem.

Esse é um programa para a população extremamente pobre”, explicou.

Por volta das 19h30, a presidente voltou de helicóptero para Petrolina, onde embarcou de volta para Brasília.

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