Operadores têxteis da Companhia Integrada de Pernambuco – CITEPE da PetroquimicaSuape realizaram parada de advertência de 48 horas, a partir das 05h30 desta quinta-feira.

No evento, eles denunciaram o suposto descaso que a CITEPE Petroquimica estaria tratando seus funcionários, além de desperdiçar dinheiro público, arriscando acidentes e preferindo mão de obra contratada de fora do estado ao trabalhador concursado de nosso estado.

Veja os principais tópicos abaixo · Desperdício de dinheiro público: Previsão de gastos inicial de todo o projeto era de R$ 4 bilhões, hoje o investimento está na ordem de R$ 7 bilhões e nem chegamos à metade da obra paga com o dinheiro dos cofres do BNDES; · Ficamos trabalhando durantes meses em turnos fixos (6 dias de trabalho e 2 dias de folga) sem condições necessárias como ambulatório com atendimento 24h, deixando funcionários que tiveram questões agudas de saúde a cargo da Odebrecht, cujo ambulatório fecha as 02h00minh da manhã, e não funciona nos finais de semana; · Acidentes de trabalho sem a emissão de CAT pela empresa (um dos colegas feriu a cabeça, foi ponteado pelo médico da Odebrecht e mandado de volta á maquina para trabalhar, no dia seguinte mandaram que ele voltasse para poder descansar, em outros casos os equipamentos quebrados geram pequenos acidentes que quando comunicados são anotados na ficha individual do funcionário como ato inseguro); · Não existe brigada de incêndio, apenas 01 (um) bombeiro civil para cuidar de uma área de milhares de metros quadrados, e com um material altamente inflamável que é o poliéster; · Já estamos em operação efetiva e não há o maquinário instalado para a realização de todo o trabalho, tornando as condições de trabalho arcaicas e danosas a saúde do trabalhador (Exemplos: temos que carregar bobinas de 20 kg de matéria prima, sem o apoio necessário, além de outros casos) · A operação foi autorizada, mas a empresa não tem o mapa de risco, não realizou estudo de riscos ergonômicos (o que causa lesões nos tendões, colunas e joelho de diversos operadores, alguns já afastados pelo INSS, além de outros que perderam parte da audição, constatado em exame médico) e sem um estudo de insalubridade (somos obrigados a manusear um óleo considerado tóxico pelo fabricante).

A empresa apenas manda os funcionários esperarem que as coisas vão melhorar; · Não troca de Equipamentos Individuais de proteção EPI’s, mesmo alguns com mais de 1 ano de uso, ou botas rasgadas, óculos de proteção arranhados, a empresa não permite a troca; · Pela falta da adoção de um Plano de Cargos trabalhamos hoje com acumulo de funções e desvio de funções, pois muitos exercem as funções a que foram indicados sem os devidos treinamento (aprendendo enquanto faz) e pagamento justo pela função (Exemplo: operadores de utilidades trabalharam durante mais de um ano em condições precárias, inclusive tendo que trabalha debaixo d’água, sem o devido pagamento e no lugar de serem promovidos foram substituído por concursados que ganham mais).

O plano foi prometido desde outubro/2010; · Mesmo com auxiliares de serviços gerais cedidos pela Odebrecht, a supervisão nos manda varrer e limpar o chão sob pena de punição caso nos neguemos; · A empresa nos obriga a chegar 20 a 30 minutos antes, além de sair 10 a 15 minutos depois, não pagando horas-extras nem gerando banco de horas, mas quando o funcionário sai 1 minuto antes recebe desconto, mesmo tendo chegado 19 minutos antes de seu horário; · Enquanto havia banco de horas, houve assédio moral para que fossemos obrigados a folgar, sem negociação e com ameaça de advertência ou suspensão para aqueles que queriam receber em dinheiro; · A Odebrecht esta com a obra atrasada em mais de 1 ano e não recebeu multa nenhuma, pois o contrato firmado entre a petroquímica e a construtora foi de parceira, ou seja, se atrasar e precisar de mais dinheiro a petroquímica, via BNDES, ou seja, bolso do contribuinte paga mais; · Existem terceirizados que vieram ganhando muito bem, menor salário R$2.500,00, além de outros benefícios, a maioria oriunda de empresas têxteis falidas do interior de São Paulo, com o intuito de realizarem treinamentos com o pessoal de operação (concursados) e implantarem a fábrica…

Pois bem quanto mais existe atraso na obra além da Odebrecht ganhar mais do contribuinte, os terceirizados responsáveis pela implantação da fábrica continuam ganhando muito bem e alegam não poderem dar o treinamento para o pessoal concursado por conta da fábrica não estar produzindo (mesmo produzindo 40 toneladas por mês de filamento de poliéster texturizado); · O mais interessante no tópico acima é que o salário de um Operador concursado é de R$683,55 e o mesmo não pode ser promovido, pois não há treinamento, mas tem que cumprir a meta de produção mesmo sem estar produzindo.