O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi nesta quarta à tribuna anunciar que, mesmo na oposição, apoia qualquer medida da presidente Dilma Rousseff para acabar com a corrupção dentro do Governo Federal. “Quero aqui tornar público o meu apoio pessoal e político a qualquer iniciativa da Presidente Dilma que implique no combate à corrupção e no combate ao aparelhamento político e partidário de setores da Administração Pública Federal” Para Jarbas, Dilma deve levar essa “faxina” a todas as áreas onde existam problemas com a gestão dos recursos públicos. “Como cidadão e senador por Pernambuco, espero que seja a mais pura verdade.” Apesar do seu apoio à “faxina ética”, Jarbas voltou a defender a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias que levaram ao afastamento de quase a totalidade da cúpula do Ministério dos Transportes. “A senhora presidente tem o meu apoio sincero e convicto, mas o Legislativo não pode e nem deve abrir mão de suas prerrogativas constitucionais de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Não faltam instrumentos com esse objetivo – e um deles é a Comissão Parlamentar de Inquérito.
O fato de a presidente ter afastado os suspeitos de cometer atos ilícitos, a meu ver, não implica em o Senado Federal e a Câmara dos Deputados abdicarem desse instrumentou”, argumentou o peemedebista.
Para Jarbas Vasconcelos, a instalação de uma CPI não pode ser visto como algo para desestabilizar o Governo, mas sim como um reforço à iniciativa presidencial de fazer a chamada “faxina ética”. “Também é inadmissível que uma CPI seja usada como instrumentos de chantagem contra a Presidente por parte de aliados contrariados pelas recentes medidas.” O senador pernambucano afirmou no seu discurso que o Brasil está assistindo aquela que talvez seja a maior “saia-justa” enfrentada pelos petistas e seus aliados nos últimos anos. “Afinal de contas, só fazemos uma faxina onde encontramos sujeira.
E essa é uma sujeira caseira.
Daí a “saia-justa”, pois a presidente Dilma vem contrariando aliados e até mesmo o entendimento do ex-presidente Lula, que é o maior responsável por esse estado de coisas”, defendeu Jarbas.
Jarbas citou o ex-governador pernambucano Agamenon Magalhães para explicar o comportamento da presidente Dilma. “Agamenon Magalhães tinha uma máxima que permanecerá eterna: ‘ninguém governa governador’, que podemos replicar em ‘ninguém governa Presidente’”, observou.
Para Jarbas, as medidas recentes da presidente da República estão sendo para mim uma “grata surpresa”. “Por uma razão que considero fundamental: os problemas apontados no Ministério dos Transportes não são recentes e decorrem diretamente da forma como o ex-presidente Lula conduziu a política de alianças e a montagem da sua maioria parlamentar no Congresso Nacional.
Trata-se de uma versão revista e ampliada da prática do “é dando que se recebe” que prevaleceu no Governo Sarney.” De acordo com o senador do PMDB, que integra a dissidência do partido, essas articulações “nada republicanas” do Governo Lula começaram com “mensalão” e obtiveram pleno sucesso com o loteamento das empresas e órgãos públicos federais. “Nunca na história desse País se passou tanto a mão na cabeça do malfeito quanto no Governo Lula”, disse Jarbas Vasconcelos.
Jarbas afirmou que tem a esperança de que nenhum senador ou deputado federal vá ficar contra uma “faxina” em áreas do Governo que tenham problemas evidentes de má gestão e desvio de dinheiro público. “Mesmo que esse trabalho de limpeza implique na desmontagem do loteamento partidário que tomou conta do Governo Federal”.