O capitão temudo e a desordem Previamente, nosso respeito ao herói.
Mas não vimos tratar de atos históricos ou heróicos.
Tratamos precisamente da desordem pública e incompetência da gestão, principalmente a gestão municipal. É atitude que merece nossa repulsa.
A ampliação do viaduto, depois de mil e tantos dias e noites de obra não merece qualquer louvor ou festa, seja pelo alto custo; seja sua demora; seja pelo seu propósito. É que a obra, desde sua concepção e execução, está cercada de certificados de incompetência. É uma obra cara que não enfrenta nenhum dos problemas urbanos urgentes da cidade do Recife.
A hipótese que vislumbro, com sua ampliação é apenas uma: O engarrafamento que até agora tem duas filas de carros, nos dois sentidos, terá agora quatro filas.
E não se diga que a via mangue, num futuro distante, vai resolver o problema. É sub oculi que a questão da mobilidade urbana, no Recife, só se revolve via transporte coletivo.
E isso serve para qualquer região da cidade, incluindo zona sul.
Ampliar vias para trafego de transporte particular, só vai aumentar o número de carros (com apenas um motorista) no trânsito, com todas as conseqüências nefastas que daí advirão.
E se é sabido disso, quem pensa e executa uma obra cara, como o alargamento do viaduto, sabe dos certificados de incompetência que estão envolvidos.
Sendo assim, são gestões caras e incompetentes todas as obras viárias, com a citada, que não enfrentam o problema.
Assim também foram e serão aquelas obras que não enfrentaram, nem enfrentam a questão do lixo, do saneamento e do meio ambiente natural e construído. É claro que essa carapuça serve para quem no está plantão, mas serve também para seus antecessores; E serve mais ainda para todos aqueles que não investiram no transporte coletivo do Recife alegando escassez de recursos, pois Recife é umas das cidades com maior receita orçamentária per capita do país.
E não é porque as parcerias públicas não ocorreram que justifica a inação municipal.
O exemplo do Grande Recife Consórcio de Transportes, ainda reduzido, pode e deve ser ampliado.
Enquanto impera essa lógica, não podemos aplaudir as incompetentes ações governamentais que dão falsa impressão de enfretamento dos problemas de mobilidade da cidade.
Carlos Couto Muniz Funcionário Público